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 AMORIZAR O MUNDO

Os que têm acompanhado através da página que mantenho no Facebook, os quase mil  associados ao nosso Grupo Participação e Solidariedade tem visto a utilização  de certos termos  ou expressões em geral não utilizados na academia . Isto me parece normal na perspectiva  inovadora de nossa proposta, ou se tratando de conceitos diferentes a serem expressos de forma efetivamente  nova, postura necessária para evitar que tudo retorne exatamente aos conceitos que se quer superar. Posso citar como exemplo dessas inovações de  termos ou conceitos , e sobre as quais já refleti anteriormente :Massa de  Consciência, Sociedade pós tecnológica(que algumas preferem caracterizar como era pós-moderna,)e mesmo participação e solidariedade, conceitos que vão muito além de atos  caritativos, ou direitos individuais para significar fundamentos para um nova organização social adequada ao mundo transformado pela ciência e pela tecnologia. Quando o Livro PARTICIPAÇÂO e SOLIDARIEDADE, ou a CARTA POR UMA CIVILISAÇÂO PARTICIPATIVA E SOLIDARIA utilizam a expressão “AMORIZAÇÂO,OU AMORIZAR O MUNDO também estão propondo um novo conceito para além do significado romântico das  palavras amor, ou amorização, para dar-lhe um significado antropológico, histórico, ou sociológico.

Vejamos:

O Livro Participação e Solidariedade, que fundamente a Carta, conclui seu último tópico sob o título – A caminho da Amorização.

É desse tópico, o seguinte trecho:

A gravitação universal, a gravidade, os ciclos e sistemas da natureza, tudo funciona por atração e complementariedade, seja mecânica, biológica ou instintiva, porque não pode o mundo dos homens funcionar pela cooperação ,pela participação, pela  solidariedade ,ou pelo amor, que  constituem simplesmente a forma consciente da  atração e da complementariedade?

E segue o texto: Assim como não é possível tirar dos corpos celestes a gravitação e de todos os  corpos a gravidade, da mesma forma como não é possível tirar dos seres vivos seus sistemas orgânicos e os instintos que os preserva, assim também não dá de tirar dos homens e de sua relações, o amor – o amor que move o céu a e todas as estrelas, na percepção poética de  Dante Aligieri, sem que se pague o preço equivalente por esse erro essencial.

A Carta por uma  Civilização Participativa e Solidaria, segue o raciocínio, propondo:

a participação, tendo a desconcentração como seu instrumento eficaz, e a solidariedade, tendo como instrumento eficaz a cooperação, constituem os valores e os instrumentos de construir s nova sociedade, em sintonia com os valores essenciais da massa de consciência e com os avanços da Ciência e da Tecnologia. Esta será, então, a sociedade amortizada, lembrando Teilhard de Chardin ou Dante Alighieri, em sua percepção poética de que “é o amor que move o sol e todas as estrelas.”Por que não há (o amor)de mover as sociedades humanas?

Pela importância que tem o conceito de amorização, quero dar breve informação sobre quem foi de Teilhard de Chardin, que citei acima e que aparece  frequentamente como inspirador dos conceitos que proponho como contribuição à construção da nova civilização participativa e solidária.

Considero Teilhard de Chardin, de certa forma meu guru, como antropólogo e, simultaneamente  religioso. Teilhard de Chardin foi Padre Jesuíta,  conhecidos ,os jesuítas, pela profundidade de seus estudos e de seu preparo  intelectual. Teilhard de Chardin, no inicio do século passado, durante mais de 20 anos, dedicou-se a pesquisar sitios arqueológicos  na China, desde os restos das mais a antigas civilizações , aos tempos que as precederam e sua evolução milenar. Essas pesquisas  deram origem  ao livro ”O Fenômeno Humano” o qual, no entanto, face  aos acirrados debates que provocou nos meios tradicionalistas  da Igreja Católica, só foi editado após sua morte. Foi dessas pesquisas e dos estudos resultantes que ele propôs sua tese, segundo a qual a espécie humana, como uma seta evolui de um mundo bárbaro, conflituoso- o referido  ponto alfa, para um mundo humano, solidário, cooperativo, amorizado…

Uma visão sobre a história nos mostra que esta evolução existe. Se pensarmos que  há menos de 2 séculos, ainda existia a escravidão no Brasil ,ou que  Tiradentes, há menos de 3 séculos foi enforcado em Praça Pública diante de milhares  de curiosos e em seguida, esquartejado e sua partes  empaladas  nas ruas de Villa Rica, ou  se consideramos que comportamentos semelhantes eram considerados naturais, não só no Brasil, mas no mundo, podemos ver que, apesar da bárbarie de algun remanescentes,o mundo evolui.

Quero dizer que o mundo evolui, no espaço e no tempo. Dou algunns exemplos: no fim do século 18, nos tempos que no Brasil aconteciam tragédias como a escravidão, ou a tortura e morte de Tiradentes, exemplo dado para significar milhares de tragédias recaídas  sobre pessoas ou  coletividades , a Revolução francesa, que deu ao mundo o primeiro documento referente aos direitos humanos resumidos em apenas três palavras- igualdade, fraternidade e liberdade, cortava  a cabeça, na guilhotina, feita espetáculo em praça  pública ,de centenas ou milhares de adversários políticos e desembocava na ditadura  Napoleão, que só na campanha contra a Rússia  levou à morte  quase 600.mil soldados franceses, não contada a devastação bárbara da própria Rússia.

Sei  que só no século XX só nas duas guerras mundiais devem ter mortos algo como  100 milhões de soldado e civís, mas essas guerras ,como  tantas outras que ainda barbarizam a espécie humana, se constituíram, entre outros, em fatores determinantes do surgimento da consciência global que condena a guerra ,e se manifesta em favor da Paz. Se recuarmos nos tempo, os romanos  ,herdeiros da civilização grega, divertiam nos estádios, ou nas arenas, não com futebol, mas com gladiadores, homens, em geral  escravos, forçados a lutar até a morte. Se nos dirigirmos na direção  do oriente,  Gengis Kan se  gabava dizendo que onde passavam seus pés, seus exércitos nem a grama nasceria mais  e Tamerlão se divertia erguendo pirâmides de cabeças humanas. Se recuarmos mais um pouco, ao homem das cavernas…. bem

Quero dizer que, apesar dos bolsões que resistem, pessoas, ou ainda povos, nunca se cultivou globalmente  tanto repúdio à violência, à guerra, aos regimes totalitários, em favor da  paz, da justiça ,no respeito à natureza, aos direitos humanos,em resumo  do direito à participação e do dever da solidariedade, uma nova massa de consciência  que há de continuar colaborando, de uma forma consciente ou não, para construção de um mundo  melhor, mais humano, mais solidário, mais participativo ,ou seja  de mais amor.;amorizado.

É este o significado da interpretação, do sentido  e da história dos homens ,ou  do processo evolutivo da espécie humana. A amorizaçõ do mundo, portanto, em nossa proposta, não constitui, um anseio romântico, ou uma utopia irrealizável. Antropologicamente, filosoficamente e historicamente, ela resume a própria natureza, ou a vocação do ser humano. Este é o sentido de nossa proposta de contribuir na construção de um mundo  participativo e solidário.

Compartilhe, colabore, envie seus comentários e  associe-se a nosso grupo Participação e Solidariedade unindo-se assim a mais de mil associados, que, voluntariamente e não pelas mágicas comerciais da tecnologia ,já se associaram.


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