“O  ato de violência é inevitável,  quando se instala  o processo, como o fruto acontece ,uma vez plantada a semente em terra fértil e diligentemente cultivada”.

Queridos amigos, minhas queridas

Com esta frase que, aliás já publiquei em outra ocasião em nossa rede social, iniciei a introdução de meu livro, ”Crônica de uma  Geração Interrompida”, publicado lá por  1986,quando o País saía do  regime  militar, uma  ditadura que tem várias formas de se reproduzir com outras faces, quando se instala o processo de prepotência, seja qual a cor da vestimenta que use, frequentemente usando até a cor da democracia.

Ao registrar a novidade da mídia, do atentado contra  o Candidato a Presidência dos Estados Unidos, talvez poucos sabem, que desde  1976,quando foi morto o Presidente  Abraham Lincoln, este  foi o décimo atentado que vitimou ou feriu Presidentes, seus Vices, ou candidatos a Presidente dos Estados Unidos.

Antes de prosseguir, no entanto, sobre a quase tragédia americana, quero comentar a frase com que iniciei nossa reflexão ,onde dizia que o ato de violência é inevitável, quando  se estabelece o processo....

Ora, infelizmente o processo da violência acompanha a Humanidade desde sua origem e parece que não falha, apesar de toda a evolução, ou  de toda civilização humana que  efetivamente evoluiu. Vejam.

Segundo o livro sagrado da Bíblia, o primeiro fruto da árvore do pecado de Adão e Eva, não foi nenhum ato de amor, de furto ou de abuso do sexo. Foi a violência: O assassinato de Abel, por seu irmão Caim.

 Desde então, meus  queridos  amigos, minhas queridas, a  violência de pessoas contra pessoas, grupos contra  grupos, ou Nações contra Nações, continua acontecendo, e  assim é feita  a história da humanidade, a história da violência. 

Voltando ao caso  americano, infelizmente não há como  esquecer, ou não há como desconhecer que a história,-e em consequência a cultura americana, é uma história e uma cultura essencialmente violenta.

Assim é que as  colônias inglesas que proclamara sua independência e se uniram ,transformadas  assim nos Estados Unidos, eram apenas 13 (TREZE).Hoje são 50,e aqueles 13 Estados em torno de  Nova York, hoje se estendem de costa a costa, um dos maiores  territórios políticos do Planeta.

Não admira a forma como se deu esta expansão, quando  se percebe pelo próprio nome da metade do país, sua origem, de  leste a  oeste: Flórida, Texas, Novo México, San Diego, Califórnia., Los  Angeles, Sn Francisco, para citar alguns, áreas em geral  fruto das guerras americanas, territórios conquistados, como foram aliás, os  principais  estados do Centro do atual território .Só que esta conquista, observem bem, não foi dos espanhóis ou dos mexicanos. Na verdade foram conquistados, com o extermínio dos povos  indígenas, que o bom faro americano de ligar  as armas com os negócios, adiante  soube transformar  em espetáculo, nos heroicos filmes  de Far West.

Por  falar em aliança das armas com  os negócios, não há também como não registrar o negócio da compra de territórios, que  ajudou a  expansão territorial ,o mais representativo, talvez, o da compra do território do Alaska, sem dúvida venda hoje para desespero da Rússia, de Putin .

Aliás, a Rússia de Putin. ...não há como  passar por alto, nessas reflexões, a violência  da História e da cultura da Rússia, que hoje  mantém uma guerra, onde já  perdeu, segundo os observadores internacionais, algo superior a  300 mil  soldados, jovens  na flor da idade arrancados de suas famílias ou de seus lares, e isto sem contar, as centenas  de milhares de ucranianos, mortos, ou com seus  haveres e sua vida destruídas, creio que tudo na ambição de reconquistar o império fracassado da União Soviética, que durante  70 anos, à custa de mais  de  30milhões de mortos, pretendeu impor e  manter seu domínio sobre mais de  uma dezena de países, suas riquezas, sua cultura e sua  liberdade, entregues nas mãos  da burocracia do Estado Soviético.

Aliás, pobre povo russo que parece não ter sentido até hoje o valor da democracia, desde seus  antepassados, diretos ou indiretos, desde   Gengis Kan ou  Tamerlão, cujo hóby, segundo  as lendas ou as tradições , era construir pirâmides empilhando cabeças humanas. Lógico que depois tiveram Pedro o Grande, e todas as dinastias dos Tzares, até ,pobre povo, sonhar com as ditaduras desde Lenin o Stálin até Putin, o último dos sanguinário, que  aliás, em selvageria disputa o título com  Nathaniau   que deve à história a justificativa do massacre de quase duas dezenas de milhares de mulheres e crianças, mais em nome da vingança ,do que da  justiça.

São dois exemplos  da humanidade ,os Estados Unidos e a Rússia, e talvez pudesse citar outros, do Ocidente, ou do Oriente, da Europa de nossos antepassados, ou da China e do extremo oriente, ou da África, como disse Castro Alves, animália do Universo, que a devora.

Mas chega. Creio suficiente de horrores  que merecem lembrados, diante dos fatos, que justificam a frase inicial de  nossa reflexão:

“O ato de violência é inevitável, quando se instala o processo...”

O processo da violência...queridos amigos, minhas queridas, que devo também lembrar, não acontece só  entre os povos, porque  ele  existe ou é cultivado entre as pessoas. Aliás talvez só aconteça entre os povos, porque  acontece antes com as pessoas Dizia o General Rubem Ludwig,a quem atribuo grande parte do êxito da redemocratização  do Brasil, na década de  1980,quando escrevi Crônica de Uma Geração  interrompida:”

A Violência não está na arma, seja a faca, seja a arma de fogo. A violência está nas consciência  das pessoas, que não amam, mas que fornece  as armas, que instrumentam as mãos, que disparam  ou assaltam e cometem a violência.

Queridos amigos, minhas queridas. Como iniciei, termino também com a  sequência da frase  do livro  com que iniciei: Crônica de uma  Geração Interrompida: Diz a sequência do livro:

“Deste conjunto de coisas humanas, a violência  encontra formas  de se infiltrar, qual serpente, em toda as parte e sob todas as formas”. e prossegue:

“ há uma só forma de se contrapor à violência, e não há outra por mais que se  imagine  ou se procure: é o Amor.”

Meus queridos, minhas queridas amigas ....em meu abraço, vai meu pedido para uma reflexão em favor das pessoas, nosso pequeno mundo, em favor do Brasil, para que  sobre a violência, sobre os que praticam a violência, prevaleça o Amor.

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