QUERIDOS AMIGOS (AS)
Aproveitei um pouco essa semana de semi convalescença para inteirar-me melhor do que estão dizendo por aí analistas econômicos, mais do que analistas sociais e mais ainda do que filósofos analistas, porque infelizmente a grande mídia também, numa sociedade que imagina ser essencialmente prática e que, como corolário ,aborrece pensar, imagina, dizia, que o problema do mundo se resume a uma crise econômica, ou meramente financeira, então… nada como ouvir economistas.
Percebi no entanto, uma certa preocupação, mesmo entre os economistas que conseguem analisar a realidade acima das ideologias, da econometria, ou dos interesses, que há um temor generalizado de que a economia mundial possa estar se aproximando de uma nova recessão, possivelmente mais grave do que as últimas por que passou a economia na década passada e que ainda gera consequências, num economia mundial que a cada ano cresce menos do que cresceu no ano anterior e, em compensação, a cada ano se endivida mais.
Os que acompanham nosso Site(www.participacaoesolidariedade.com.br) e nossas redes sociais (por uma Civilização Participativa e Solidaria) sabem o quanto tenho afirmado sobre a inevitabilidade do crescimento das crises, que não são de caráter meramente setorial ou conjuntural ,mas são consequência inevitável e irreversível, enquanto não for transformado o modelo da manutenção de uma ordem social, especialmente econômica, modelo social, ou ,mais amplamente civilizatório, incapaz de dar uma resposta à nova realidade trazida pelos avanços da ciência e da tecnologia, porque atrasada um século sobre essas avanços.
Assim enquanto o mundo comandado pelos avanços da ciência e da tecnologia foi transformado totalmente ,em todos as suas estruturas e formas de funcionamento, a organização social, as normas e leis que continuam sendo aplicadas na economia, na política, nas relações humanas, na ética, enfim na vida das pessoas, da sociedade e das nações e em suas relações, continuam sendo as mesmas da época do trem de ferro, da carroça puxada a cavalos, dos nobre e cavaleiros revestidos de capa e espada.
Na verdade, a ordem social em todos os elementos que a compõem -repito, na economia, na política, na ética, nas relações impostas e perpetuadas tanto pelos regimes socialistas desde sua forma extrema do comunismo ,como pelos regimes capitalistas, também desde o capitalismo selvagem, ou liberal até as formas mais amenizadas, foram criadas na primeira revolução industrial, que quase nada tem a ver coma nova revolução científica e tecnológica. Essas formas antigas, ultrapassadas pelos avanços da C&T foram criadas nos séculos XVII,XVIII ou IXX ,como disse, no tempo do trem de ferro,…Não servem, não funcionam mais no mundo pós tecnológico.
No entanto são esses modelos capitalistas ou socialistas que inspiram a esquerda e a direita, o que significa dizer, que essas posturas da esquerda e da direita, são ultrapassadas também tanto quanto os regimes que as inspiram ou que elas defendem.
Disto decorre a grande dificuldade em fazer entender uma proposta diferente, como a que tem sido a nossa proposta, de uma nova sociedade, uma civilização fundamentada na Participação e na Solidariedade ao invés de organizada pelos interesses do Capital ou do Estado. Esta dificuldade decorre da dificuldade, comum ou de medo de pensar e mais ainda,de pensar diferente.
Citando os 5 ou 6 poemas de Fernando Pessoa em torno do tema “ pensar dói ”, alguns alunos meus de há bastante tempo, me presentearam com um placa emoldurada, que conservo pela esplêndida verdade que contém. A placa complementava Fernando Pessoa alertando que: “pensar diferente dói muito mais”, como se fosse minha essa complementação.
Meus queridos, desejo afirmar com todo o carinho e respeito pelos que não entendem, e com toda firmeza em relação aos que a combatem, que nossa proposta por uma Civilização Participativa e Solidária, não é da esquerda, nem da direita, nem é socialista, nem é capitalista. Sei que, com razão, há os que estão perguntando:
Se não é da esquerda nem da direita, do que é então?
Respondo da forma mais simples possível, que nossa proposta é simplesmente um passo à frente. Um passo à frente, buscando responder a um mundo transformado pela Ciência e pela Tecnologia, que já não é sustentável pelas teorias ou pelos regimes propostos, impostas nos tempos do trem de ferro e que continuam sendo mantidos e defendidos hoje, no tempo do mundo transformado por esses mesmos avanços..
Doa ou não pensar diferente, é preciso, meus amigos, queridas amigas, dar um passo à frente, para acompanhar esses avanços de Ciência e da Tecnologia, que são inevitáveis e irreversíveis.
Esse mundo pós tecnológico a que chegamos, não pode continuar tendo sua organização social ordenada pela acumulação do capital ou pela intervenção do Estado, como foi no passado. Quero dizer, pela direita ou pela esquerda…
É preciso despertar para esse fato novo, de que existe nesse mundo transformado um novo fenômeno que nossa proposta denomina como uma “Massa de Consciência”, em favor da Justiça, da Paz, do pluralismo, da convivência harmônica na diversidade, enfim do direito à participação e do dever da solidariedade, se sobrepondo aos interesses do Capital ou do Estado e seus sistemas de concentração e exclusão.
Meu querido amigo, minha querida, quero dizer também que a Participação e a Solidariedade que propomos também não é apenas uma proposição ética ou teórica, como afirmam os que tem medo da dor de pensar.
Verdade. É também uma teoria e uma ética, mas nessa identidade é que ela se constitui no fundamento eficaz para organizar uma nova ordem social sintonizada com os avanços da Ciência e da Tecnologia, e por isto capaz também de inspirar uma organização social desconcentrada e por isto participativa ao invés de concentradora e excludente, uma sociedade cooperativa e por isto solidária, ao invés de competitiva e conflituosa e por isto e injusta, desumana, e insustentável.
Permito-me dizer que o fracasso de muitos governantes que foram eleitos pelo clamor dos valores da massa de Consciência, a que já me referi, e posso citar, como exemplos, Obama nos Estado Unidos, Macron na França, ou mesmo Lula no Brasil, com alguma exceção para Obama cujas sementes plantadas sobrevivem apesar de Trump, da mesma forma como alerto o Presidente Bolsonaro no Brasil e sua adesão á direita fazendo-o perder a oportunidade de dar um passo à frente junto com a Massa de Consciência , permito-me dizer que o fracasso de suas lideranças foi o fruto colhido de ter aderido á direita os à esquerda, ao invés de dar o corajosos passo à frente.
É isto, meu querido amigo, minha querida. Não tenhamos medo de nos libertar das velhas ideias, dos modelos ultrapassados, do mundo insustentável que nos ameaça e ameaça a Civilização. Não tenhamos medo de pensar, ainda que doa, ou de pensar diferente, ainda que doa muito mais…
Dê sua contribuição à construção da nova sociedade, a Civilização da Participação e da Solidariedade. Faça isto, simplesmente refletindo, comentando, divulgando, compartilhando em seu grupo, com seus amigos…apoiando, sem medo de pensar diferente.
Grande abraço.