Queridos amigos, minhas queridas.

DEPOIS DE quase oito MESES retorno a meu estúdio guardando todas as normas de segurança, na certeza de que, de alguma forma a vida deve continuar, como de alguma forma  a vida  sempre recomeçou após situações mais trágicas do que esta pelas quais passou a humanidade. 

O mais importante é que dessas tragédias as pessoas, as comunidades, ou as nações aprendam a viver melhor. Às vezes aprendem

Assim, em 1946, após os horrores das segunda guerra mundial-onde pereceram cerca de 100 milhões de pessoas. jovens nos campos de batalhas ou crianças, pais, mulheres e idosos nos bombardeios de centenas de cidades, desde a Europa até o extremo Oriente da China e do             Japão foi criada a Organização das Nações Unidas, com o compromisso de lutar pela paz, pelos direitos humanos, pela igualdade de direitos das pessoas e dos povos. Sem dúvida foi um importante passo dado pela humanidade.

Mas me referindo aos mesmos horrores  da segunda guerra mundial talvez o melhor exemplo de ter aprendido a lição, maior mesmo do que o da criação da ONU tenha sido o da criação da União Europeia, onde países Europeus, os principais responsáveis pela guerra e suas maiores vítimas, se uniram e criaram a União Europeia, este sim, considero o maior passo jamais dado na história em favor  da eliminação da concorrência selvagem e em favor da colaboração e da integração entre os povos, ou eu diria na nossa linguagem, o maior exemplo de que a Participação e a Solidariedade é possível, ainda que haja bom espaço a construir para chegar lá.

No mesmo contexto, da construção da União Europeia mais 15 países foram libertados da Ditadura Soviética e as pessoas puderam voltar a sentir o significado e a dimensão dos valores da democracia, da diversidade de culturas e da liberdade.

As lições vieram como foi  dito, depois de cem milhões  de mortos, lares e cidades  destruídas horrores de uma guerra global

Hoje a pandemia do coronavirus até esse momento  causou apenas,1 milhão e  cem mil  mortos         e digo apenas, face ao tamanho da comparação com os cem milhões de mortos referidos, da  segunda guerra mundial, apenas 1 %.

Mas quero voltar à pergunta: Quê mudou, ou que mundo melhor poderá surgir, depois dessa guerra biológica, aparentemente  gestada pela natureza, o vírus, mas que talvez possa também  ser debitada aos homens, se considerados seu orgulho de imaginar-se senhor da natureza, quer para destruí-la através das mudanças climáticas, quer para manipular os mistérios da vida nos laboratórios, quer para concentrar a riqueza e os bens da terra deixando na miséria e  na fome ,mais de 1/4 da população do mundo ,quer para  fabricar e comercializar armas e outros artefatos de morte, em favor do lucro, da acumulação da riqueza, do poder e do domínio mundial….

Vê-se que parece não ser justo atribuir apenas  a natureza a calamidade que  a humanidade  está sofrendo.

Diante desta imagem do mundo tem sentido sim, voltar a pergunta: Quê mudou, ou quê mundo melhor poderá surgir depois dessa nova guerra do corona virus?

Quase nos acostumamos a ouvir, até pela  mídia, que o mundo não será mais o mesmo depois dessa pandemia. É preciso considerar que uma mudança, para que aconteça efetivamente, deve envolver uma mudança nas pessoas e seus relacionamentos, mas não só. É preciso  que mudem as instituições, as normas e os relacionamentos nacionais e internacionais também sejam modificados. De certeza, uma mudança exige muito mais, a começar pelas pessoas sim, por mim, e cada um de vocês, queridos amigos, minhas queridas.

Sim meus queridos, mesmo para as pessoas, para nós, essa mudança, se não for mais profunda, não atingir nosso interior, não acontecerá. Assim logo se ouvirão os apelos para o retorno ao consumismo, à última moda, a adesão aos modelos lançados pelos sistemas que comandam  o mundo. Assim logo em seguida os políticos e os técnicos, as universidades e os economistas virão a dizer que é necessário incentivar o consumo para salvar a economia, que é preciso retornar ao shoppings ,ao lançamento do carro do ano. à moda da nova estação…

Não será de pensar se é verdadeira  uma economia que para sobreviver precisa desumanizar as pessoa, submetê-las às suas discutíveis regras?

Uma mudança para um mundo diferente depois da pandemia, para que os propósitos desse tempo de recolhimento, ou de distanciamento social, nos ensinou a viver com pouco, precisa mais do que do encantamento de um retorno ao mundo que era antes. Precisa uma mudança de percepção e de consciência, de uma mudança de hábitos, precisa que cada uma obedeça ao propósito de uma postura crítica diante do mercado, diante dos sistemas que regulam a vida, nos enchendo os ouvidos, nos vendendo sua visão de vida.

Por isto é preciso que lutemos também por uma mudança nos sistemas, nas instituições, sejam políticas, econômicas ou de outra ordem, que se baseiam ,e continuarão se baseando se não houver uma oposição das pessoas diante de seu domínio, na concentração, na competição e no lucro, no poder ,Sim no poder porque e em todo o mundo o poder ajuda a concentrar, no domínio dos usos e dos costumes, nos monopólios  do pensamento, das emoções e das culturas, na riqueza , na ciência e na tecnologia. Além de uma nova postura pessoal é preciso ,portanto que haja uma profunda mudança nos valores sociais, nas instituições

Mas queria dizer, que esta é uma  face da questão, que é preciso mudar, mas há outra face: é preciso mudar para onde? Qual a face a ser dada ás novas instituições,?

Quero dizer que a própria sociedade ainda que de forma imprecisa e inconscientes mostra os caminhos e isto vem acontecendo no mundo, desde  nos países poderosos e aí está a mudança que  deverá  acontecer ,nos Estados Unidos, após quatro anos de equívocos, de retrocesso no rumo de um  nacionalismo fundamentalista, do prestígio ao racismo, da supremacia racial, da competição e da ambição de domínio do mundo de levantamento de muros e de mentiras.

Mudança me parece estar havendo na China, a segunda mais poderosa nação do globo, com a meta de interiorização do capitalismo extremo concentrado no litoral para um bilhão de Chineses que  que vivem no interior  semi medieval, o que, penso acabará por implicar na quebra do rijo controle político, ainda nas mãos de um partido e de um governo que o representa.

Mas tudo é de considerar-se, nesses movimentos de mudança em favor de um mundo mais participativo e mais solidário.asi

Também nessa reconstrução quero lembrar, chamar sua atenção para o apoio que se amplia de nossa proposta em favor de uma Civilização Participativa e Solidária. 

Sei, queridos amigos, minhas queridas, que nossa propostas é apenas um pequeno tijolo nesta construção, mas as ideias, também se multiplicam, as pequenas  sementes se transformam em árvores, as árvores fazem a floresta.

Seja você também um semeador, um cultivador desta semente, como já são milhares que formam a Massa de consciência no mundo.

Acesse nossa rede social, leia ou veja, reflita ,comente, compartilhe.

                                                                                                                Brasilia,19 de outubro de 2020

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