O Relatório da OXFAM, organização internacional de combate à pobreza e às desigualdades no mundo, divulgado às vésperas da realização do FORUM DE DAVOS, que reuniu entre os dias 25 e 29 de janeiro os representantes das maiores forças econômicas do Planeta, inicia sua denúncia sobre as desigualdades mundiais dessa forma:
“Novas estimativas indicam que o patrimônio de apenas oito homens é igual ao da metade mais pobre do mundo. Enquanto o crescimento beneficia os mais ricos, o restante da sociedade-especialmente os mais afetados pela pobreza- sofrem. O desenho e a estrutura de nossas economias e os princípios que dão base a decisões econômicas nos levaram a essa situação extrema, insustentável e injusta. Nossa economia precisa parar de recompensar excessivamente os mais ricos e começar a funcionar em favor das pessoas”.
Adiante, repetindo o que Barack Obama denunciava em seu discurso feito na ONU em 2.016 acrescenta:
“Um mundo no qual 1% da humanidade controla uma riqueza equivalente à dos demais 99% nunca será estável”.
Tenho a sensação, por esta e por outras razões, que, apesar do alheamento de tantos, inclusive das universidades, de seus professores de economia (de sociologia e etc..), e de outros produtores do conhecimento e formadores da opinião pública, tenho a sensação que, apesar desses, a roda começa a girar em favor da reversão dos processos de concentração e exclusão adotados pelo Estado,(nos regimes socialistas, tendo o comunismo como seu extremo) ou por Corporações(nos regimes capitalistas, tendo o liberalismo, também chamado selvagem, como seu extremo).
Essa reversão do processo de concentração vai responder às exigências inadiáveis da sociedade, exigências e aspirações que formam a “Massa de Consciência” em crescimento no mundo, e da sustentabilidade da própria Civilização. DEMOROU, mas penso que ainda está chegando em tempo para reverter o processo.
Já no anos 2000, meu livro A REVOLUÇÂO DO TERCEIRO MILLÊNIO (I)transcrito e comentado no livro que inspira nosso Site e nossas Redes Sociais, PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE),edição de 2004,afirmava:
“…os 20% mais pobres, que há trinta anos ( portanto já em 1970 ) possuíam 2/3 da renda mundial, hoje tem sua renda reduzida para 1.4 %. Em compensação, nesse mesmo período, a participação dos 20% mais ricos subiu de 62% da mesma riqueza, para 82 %.”
E prosseguia o mesmo livro ( “Participação e Solidariedade”) :
“ Não é só a riqueza que se concentra e, concentrando, exclui. O ritmo em que cresce a concentração é maior que o ritmo de crescimento da riqueza. Algumas estimativas permitem dizer que a concentração cresce em algo em torno de 5% ao ano, enquanto o crescimento da riqueza mundial está abaixo de 3%”.
Demoraram as Agências e outras instâncias mundiais para perceber esse abismo crescente.
Esses números, denunciados há tanto tempo, procurei trazê-los para hoje em meu livro mais recente “ A NOVA UNIVERSIDADE num Mundo em Transformação”, de 2017.Essa atualização mostra que a concentração continua de forma semelhante, porém em perigoso processo de agravamento:
“Segundo Relatório da OSFAM, 1% da população mundial possui 50% da riqueza mundial, restando apenas os outros 50 % para 99% da população”. (os números denunciados por Obama na ONU.)
O referido livro A NOVA UNIVERSIDADE num Mundo em Transformação, analisando ainda os dados da a da OXFAM ,continua denunciando:
“Assim é que em 2014, essa concentração nas mãos de 1% da população mundial era de 48% sobrando, portanto,52% para o restante da população, o que parece um crescimento pequeno da desigualdade. Mas se considerarmos que isto aconteceu em apenas 2 anos, veja-se o tamanho e a velocidade com que o fenômeno da concentração está acontecendo. ”
Em seguida cita WINIE BIANGYMA,responsável pelo Relatório da OXFAM:
“A amplitude das desigualdades mundiais é horrorosa, e o fosso entre as grandes fortunas e o resto da população cresce vertiginosamente”.
Enfim, “A NOVA UNIVERSIDADE num Mundo em Transformação” repetindo a mesma análise dos números que explicavam o crescimento das desigualdades no ano 2.000 ,atualizando-os para a realidade de hoje, conclui:
Não é só a riqueza que se concentra e, concentrando exclui: O ritmo em que cresce a concentração é maior que o ritmo de crescimento da riqueza: novas estimativas permitem dizer que a concentração cresce em torno de 5 a 7% ao ano, enquanto o crescimento da riqueza mundial está abaixo de 3% e o que acrescenta maior gravidade ao processo: a riqueza cresce mais nos países ricos do que nos países pobres, sugando parcela do já pequeno crescimento desses países.
No entanto, queridos amigos, minhas queridas, basta estar atento e ter os olhos abertos para ver, e querer ver, o que acontece no mundo, para tomar consciência que o caminho para a mudança já iniciou .Nessa percepção se baseia o que OBAMA chamaria de “CORAGEM DA ESPERANÇA” e que vejo como a certeza de que esse CAMINHO DE MUDANÇA NÃO TEM RETORNO.
Se acontecerá pela insustentabilidade dos desequilíbrios que continuam comandando o processo, com as consequências em tamanho proporcional aos desequilíbrios, ou se acontecerá pela aceleração do crescimento da Massa de Consciência em favor da mudança, afinal percebida pela sociedade e pelos líderes mundiais ,esse é o desafio a que está submetida a civilização.
Segundo nossa Proposta, que inspira nosso Site e nossas redes sociais por uma Civilização Participativa e Solidária, a situação já chegou a tal desequilíbrio, mais uma vez confirmado pelos dados da OXFAM, que já não é suficiente pespegar remendos novos em um tecido – os sistemas de concentração – velho ,deteriorado e por isto insustentável.
Impõe-se uma mudança radical desse tecido, o que significa uma mudança nos sistemas que ainda se impõem à civilização, uma mudança que reorganize a sociedade para além do que seria um novo capitalismo, ou um novo socialismo, ou semelhantes medidas paliativas, para humaniza-los: Não bastam remendos sobre tecidos deteriorados.
Esses princípios, e esses tecidos por eles inspirados, estão definitivamente ultrapassados pela dimensão e a velocidade das transformações trazidas pela ciência e pela tecnologia. Os dados e a dimensão dos desequilíbrios que demonstram, mais uma vez estão aí, escandalosos,me permitam a expressão, para quem quer ver.
Se as lideranças nacionais e internacionais, pessoas e instituições capazes de perceber o crescimento da Massa de Consciência e impulsionadas por seus valores, não forem capazes de fazer em tempo a transformação necessária, a humanidade seguramente terá que pagar elevado tributo por sua incapacidade de caminhar sintonizada com a história.
Mas esse não é um caminho necessário.
Todos estão chamados a dar, no espaço de cada um, pessoas e instituições, repito , todos estão chamados a dar sua contribuição para o advento da nova sociedade, onde a dimensão humana possa conviver em permanente sintonia com os avanços da ciência e da tecnologia, seja qual for a dimensão ou a velocidade desses avanços.
Essa é nossa proposta, que além da denúncia dos desequilíbrios e a identificação de suas causas, propõe os fundamentos e a forma para a construção de um novo modelo de sociedade capaz de viabilizar essa sintonia, com base nos princípios éticos, ou essenciais, da Participação e da Solidariedade, que na prática podem, e devem ,inspirar modelos de organização e funcionamento desconcentrados e cooperativos da sociedade.
São esses modelos cooperativos e desconcentrados que hão de viabilizar a civilização solidária e participativa, ultrapassando dessa forma a sociedade, ou a civilização competitiva e concentradora, e por isto excludente, em que ainda vivemos e a quem se deve-se debitar a responsabilidade pela situação de desigualdade extrema em que vivemos, insustentável e injusta, como afirma a OXFAM ,ou simplesmente horrorosa, como afirma seu redator.
Una-se, querido amigo e querida amiga, aos milhares de amigos e seguidores que aqui e nas mais diversas partes do mundo, vêm somando-se à causa da construção da Nova Civilização, Humana, Participativa e Solidária. Acesse, nosso Site (www.participacaoesolidariedade.com.br) e nossa rede social, (por uma Civilização Participativa e Solidaria) .Comente, compartilhe. Esta será sua contribuição.