Osvaldo Della Giustina-17,9,024
Em meu vídeo anterior refleti com você, meu querido amigo, minha querida amiga ,Sobre a necessidade de não perder o dom de pensar e realcei o fato da terrível ameaça que pesa sobre a espécie humana, de que esta Civilização em que vivemos, possa amanhã ser tornada simples escrava dos avanços da tecnologia, o que já está acontecendo com muitas pessoas e também com algumas instituições.
O problema se torna mais grave, quando essas pessoas ou instituições tem a pessoa humana como objeto de suas atividades ou de sua convivência, quero dizer, de sua ação ou de sua responsabilidade. No entanto, mesmo que essas pessoas ou essas instituições não atuem diretamente sobre as pessoas, mas apenas sobre as coisas, é evidente que também a escravização da inteligência humana , também neste caso, é grave, por quanto também as coisas têm a ver com as pessoas que podem vir a ser vítimas das coisa. Por exemplo um prédio que cai, uma barragem que estoura, um desastre aéreo.
Eu estava, nesses dias, a conversar na Academia, e ali se prolongava a crítica sobre os abusos das decisões monocráticas, ou diante das circunstâncias, ou pelas narrativas, quando não dos interesses do momento, o que vem acontecendo nos tribunais superiores ,como também em outros níveis, no setor judiciário.
Observei ,no entanto, que esses lamentáveis equívocos das formas de decisões judiciais, tinha, na origem uma razão muito mais grave. Me referi às universidades, ou cursos de direito, que há longos anos, talvez desde o tempo da tecnocracia ou da ideologia militar da segurança nacional (embora nesses tempos eu criei o curso de filosofia, no que é hoje a Universidade UNISUL ) estava dizendo que nas universidades ou nos cursos de Direito esta acontecendo o abandono da disciplina da Filosofia do direito, substituída a Filosofia do Direito pela prioridade dada ao estudo das leis, da história burocrática do direito, ou talvez da habilidade para acessar à internet em seu tantos instrumentos de pesquisa, na busca de pareceres ,ou de decisões jurídicas ,havidas em questões aplicáveis.
Ora, nem as leis, nem os pareceres, nem mesmo as decisões de qualquer tribunal em qualquer instância por si, são garantia da identificação da natureza de qualquer questão, única forma de garantia de estabelecimento da justiça, a natureza da questão, pois no fundo, no essencial de qualquer questão, nem mesmo a lei é capaz de garantir a justiça, e esta já é outra questão a ser discutida, ou a ser buscada, ou para ser refletida.
Na verdade, só a filosofia é capaz de levar com segurança à identificação da verdadeira natureza de qualquer questão, sendo a pesquisa, o processo, a jurisprudência, QUESTÃO DA LEI À PARTE, constituem apenas instrumentos auxiliares para a definição da natureza do objeto em pauta, e portanto, da APLICAÇÃO PLENA DA JUSTIÇA .
Ora, quando esses princípios, que nos cursos do direito deveriam ser objeto a ser ensinado em profundidade pela disciplina de Filosofia do Direito, em geral não estão sendo ensinados em profundidade, ou nem mesmo estão sendo levados à discussão, em muitas universidades, na crença que o importante é a prática, consequência da pouca importância dada à Filosofia do Direito, relegada à superficialidade ,ou substituída pela lamentável ou pela ignorância da teoria de que o que importa é a prática, a filosofia deixa para o treinador do Flamengo, ou da seleção.
Digo que é nesta lamentável substituição que se formam os chamados profissionais de porta das cadeias, que amanhã serão delegados, juízes, desembargadores, ministros, de quem se espera a aplicação da justiça pela natureza de cada fato ou questão, ao invés da aplicação pela ideologia de cada um, ou das circunstâncias, ou da pesquisa através da sabedoria da internet, do google, ou amanhã na inteligência artificial, ou seja, da escravização à tecnologia.
Ainda bem que tal desvio não afeta a todos, no exercício da muitas funções ligadas à ministração da Justiça. É graças aos que ainda estudaram em profundidade a filosofia do Direito que a Justiça ainda acontece.
Quero completar convidando meu querido amigo, minha querida amiga, a refletir que situação semelhante acontece em outras áreas da formação dos futuros detentores de funções, especialmente de dimensão humana ou social, como a medicina e outras funções na área da saúde, ou da pedagogia e outras funções na área da educação.
Á título de exemplo, refiro-me na área da medicina, à ética médica, que envolve necessariamente o estudo em profundidade do corpo humano como uma unidade de sistemas harmônicos, que não pode ser confundidos com as peças e um motor de automóvel ou de qualquer máquina constituída de peças autônomas interligadas mecanicamente, ao invés de entender a pessoa humana como constituída de sistemas sofisticados de órgãos que atuam harmonicamente, dotados de uma identidade essencial capaz de superar a limitação do espaço e do tempo e ,portanto ,de uma dimensão transcendental, da qual decorrem toda sua dignidade, e seus direitos de pessoas humanas, inerentes à sua natureza, desde sua geração até sua morte, onde quer que estejam ou sejam quais forem seus atributos pessoais
Só o pressuposto de um mínimo de profundidade filosófica há de ser capaz de transmitir uma ética médica em consonância com a natureza da pessoa humana, e portanto objeto do respeito a tudo o que decorre desta natureza.
Raciocínio semelhante pode ser estendido aos cursos que preparam responsáveis pela pedagogia, ou seja para a educação de pessoas preparadas para viver na dimensão de sua natureza ou de sua verdadeira identidade, para viver numa nova Civilização em transformação pelos avanços da tecnologia, que, se por um lado pode elevar esta nova Civilização a níveis jamais imaginados, que alcancem não apenas a dimensão material, mas a dimensão transcendental que constitui a única garantia para o exercício universal dos direitos humanos, ou de uma Civilização fundamentada na Participação e na Solidariedade, como tenho proposto através de todos os meios que a própria tecnologia me põe à disposição para contribuir na construção desta nova Civilização do bem estar universal, da paz, e do amor .
Sei que nem todos, mesmo meus queridos amigos e minhas queridas amigas, hão de concordar com tudo o que tenho dito, ou proposto ,e nem tenho qualquer pretensão de obter a unanimidade, o que seria péssimo. Espero apenas ter levado a todos os que acessam ou vierem acessar minha rede social (partcipacaoesolidariedade.com.br) e os que pertencem a seu círculo de relações , uma contribuição,para que possam dar sua contribuição na busca de um futuro melhor e plenamente humano PARA esta e para AS PRÓXIMAS gerações.
Grande abraço,