A Direita  e a Esquerda, ou o Capital e o Estado. E quando chegará a vez do Homem, o Homem como causa, instrumento e objeto, da organização e funcionamento da sociedade, colocando o capital ou o estado a seu serviço, e não Ele, o Homem, jogado a servir a eles, o Estado, como querem as tendências Socialistas em suas diversas formas, ou ao capital, como quer o capitalismo também na variedade de suas formas?

É isto, queridos amigos minhas queridas, a grande causa dos desajustes ,dos desequilíbrios e dos conflitos  sociais. Os fundamentalismos extremos ocorrem porque só se vê, só se propõe e só se adere a um dos dois lados opostos, a direita ou a esquerda, um contra o outro, imobilizando a evolução da história, ou dos processos sociais, ao invés de dar um  passo à frente que, produziria, ou viabilizaria, as transformações, o progresso, a própria evolução do homem e da sociedade, essa dinâmica que a ciência denomina como interpretação dialética da história

Pois bem. As crises que estão acontecendo no mundo e no Brasil, se agravarão cada vez mais, se o mundo, ou o Brasil, continuarem cultivando o” um contra o outro”, a esquerda contra a direita ou vice- versa, o capitalismo contra o socialismo, ou vice versa.

Basta abrir os olhos para ver que as crises estão se agravando no mundo.

Até há pouco se viam multidões de imigrantes deixando tudo, arriscando suas vidas, fugindo da miséria, da fome, dos regimes políticos, corruptos e totalitários, na África e na Azia. Hoje vemos imigrantes fugindo, às nossas barbas, do socialismo estúpido de Maduro, ou do capitalismo corrupto e totalitário da América central, como fugiam ontem da ditadura socialista de Cuba.

Imagino o que poderá acontecer quando poderemos estar assistindo amanhã a rebelião de 1 bilhão de chineses contidos nos cantões de pobreza do imenso território chinês pelo regime totalitário do Estado que promove o capitalismo selvagem concentrado em Hong Kong, Shangai e Pequim, estendendo-se pelo litoral leste da China ;

ou se tivermos de assistir ,igualmente ,à revolta de igual bilhão de indianos, herdeiros do pacifismo místico, gerador da miséria e consequência da ideologia de castas, acantonados longe dos centros  da riqueza , do conhecimento e do poder que se concentram em Calcutá, Bombaim e se espraia pelo litoral oeste da Índia;

e que esperar de outro bilhão de seres humanos que habitam, ou sobrevivem nas periferias urbanas, sejam do Rio de Janeiro, de Buenos Aires, da Colômbia, ou sejam de Londres, Paris, Roma ou Moscou.

Porque não se dá um passo à frente, esta é apenas uma face das ameaças que pairam sobre a civilização, entre muitas outras.

Porque não se dá o passo à frente, repito, o conhecimento, a riqueza, o poder se concentra, se concentra e continuará se concentrando no mundo ,não tenham dúvida, meus queridos, enquanto se alargará a distância dos excluídos, e crescerão as ameaças globais do conflito, fruto da imobilidade imposta pelo capitalismo e pelo socialismo, ou pela esquerda e a direita, que imaginam congelar, imobilizar a história em seu próprio benefício.

Esses ignoram, resistem, ou  combatem as transformações necessárias, capazes de gerar uma  nova síntese, uma nova organização e forma de funcionamento da sociedade, onde as ameaças que pairam sobre a humanidade dividida pela concentração e a exclusão, onde a insegurança e o desequilíbrio global, sejam ultrapassados por uma nova sociedade, ou uma civilização onde possa existir a justiça e a paz, por que a paz é fruto da justiça, como já pregava o Papa Pio XII em meio aos horrores da segunda guerra mundial.

Esta nova síntese, esta nova ordem social, capaz de gerar a justiça, implica em pôr um freio à concentração, seja nas mãos do Estado, insisto novamente, ou nas mãos do Capital ,priorizando tudo o que desconcentra,  a organização social, a organização política, a organização econômica, ou seja ,o poder, a infraestrutura, o bem estar, a saúde a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia, o acesso universal aos bens  e serviços, priorizando tudo o que desconcentra, dizia, sobre as medidas que levam à concentração de tudo, seja nas mãos do  Estado, seja nas mãos do Capital, repito

De outra parte, queridos amigos, minhas queridas, face à dimensão do poder que os avanços da ciência e da tecnologia permitem, esse poder não pode ser utilizado para eliminar a diversidade, a própria desconcentração, fortalecendo concentrar e concentrar cada vez mais, fortalecendo os monopólios , como está ocorrendo, seja à nível global, o monopólio do dólar quando destrói as economias mais fracas, ou a nível interno, quando se entregam as finanças ao monopólio(ou ao cartel) bancário, ou se concentram os meios de comunicação, ou a mídia nacional, nas mãos de grupos ou de sistemas.

No mundo, o monopólio dos satélites artificiais, ou dos meios que viabilizam o facebook ou o controle das redes quando condicionam e monopolizam consciências, ou ainda a pretensão de submeter o mundo ao poder atômico e a seus foguetes, ou a sociedade à qualquer forma de violência, gerando a insegurança ,o medo, ou como reação ,o terror.

É a isto, queridos amigos, minhas queridas, que nos leva permanecer nesta mesma ordem atual, tornada desumana e insustentável pelos avanços da ciência e da tecnologia.

A nova ordem social que propomos, fundamentada nos mesmos avanços da ciência e da tecnologia, encontra na PARTICIPAÇAO que a desconcentração permite e na SOLIDARIEDADE que substitui a competição pela colaboração, encontra, dizia, nesse novo embasamento teórico, ou ético, os fundamentos necessários para o advento de uma nova SÍNTESE SOCIAL, no Brasil e no mundo.

Há de ser essa nova síntese que será capaz de superar a dicotomia, ou o conflito que poderá agravar-se, entre a esquerda e a direita, o socialismo e o capitalismo, que imaginam congelar ou fazer regredir a história, exacerbando o ódio, os conflitos e promovendo a insustentabilidade do futuro, onde viveremos nós, em nossa idade madura ou na nossa velhice, e onde vão viver as novas gerações, os que virão depois de nós.

Termino, meus queridos amigos, minhas queridas, afirmando que desejei propor essas reflexões, neste momento em que o Brasil acaba de viver no processo eleitoral um belo espetáculo de convivência humana ou democrática, que o fanatismo, ou o fundamentalismo de alguns, não conseguiu impedir que acontecesse e nem mesmo conseguiram empanar.

Mas quero dizer que não é aprofundando o ódio e continuando a dividir o país entre os equívocos da esquerda e da direita, do comunismo, do socialismo ou do capitalismo e outros semelhantes equívocos, que em geral não representam mais que os interesses de alguns, que haveremos de lavar as feridas, unir o Brasil e construir seu futuro.

É neste sentido que meu convite vai a todos aqueles que querem a transformação, que querem construir verdadeiramente um novo Brasil, aos eleitores que estiveram de um lado ou do outro lado, pois sei que a grande maioria dos eleitores não se enquadram nessa inútil e desagregadora dicotomia, mas aspiram por um  urgente e corajosos passo à frente.

Vai o meu convite aos eleitos e aos não eleitos, mas me dirijo especialmente aos eleitos, que abram os olhos para essa nova perspectiva, a construção de um novo Brasil PARTICIPATIVO E SOLIDÁRIO, na certeza de que não é trocando este por aquele, ou fortalecendo aquele contra este, que conseguiremos transformar o Brasil, construir o Brasil que os brasileiros merecem e colaborar para a construção de um mundo melhor, uma nova civilização sustentável e plenamente humana, colaboração a que, pela sua dimensão e suas potencialidades, o Brasil não se pode furtar.

Contribua meu querido amigo, minha querida, refletindo, comentando se desejar,mas sobretudo difundindo esta reflexão e compartilhando-a.

                                                                 Fraterno abraço.

                                                                 Brasília , outubro de 2018.

                                                                 Osvaldo Della Giustina.

Leave a reply

required

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.