Osvaldo Della Giustina

Queridos amigos, minhas queridas

Em meu último vídeo no qual analisei meu Estado de Santa Catarina no contexto da tragédia ocorrida na  creche Bom Pastor ,de Blumenau, prometi que  analisaria  em próximo vídeo, a questão da perda dos  valores, uma das causas  de toda espécie de  violência, aqui e em todo mundo.

Quero retomar o assunto, pois ,constitui uma questão essencial para que ,ao invés de ter um futuro, ou de uma civilização de ódio, violência e destruição ,se possa efetivamente  construir uma civilização de amor, o amor que ,segundo Dante  Alighieri “move o sol e todas as estrelas “ ou ,parafraseando-o, o Amor que deve  mover os homens e a nova civilização, participativa e solidária, conforme as propostas feitas em nossas redes sociais e , especialmente, em meus  escritos e nos dois últimos livros  Por uma Civilização  Participativa e Solidária A  PROPOSTA e em O MISÈRIO DE TUDO: das Ciências  Sociais e da Filosofia, à Revelação e à Fé .

O que fazer diante dessa violência, que  cresce no Brasil e no mundo?

Embora necessárias de momento, as medidas que vem sendo adotadas para evitar a repetição das tragédias nas  Escolas,  como  a de Blumenau, ou tantas outras tragédias pelo Brasil e pelo mundo, medidas que tem consistido em aumentar o policiamento, colocar sistemas de  detecção de porte de armas, ou sistemas de alarme, e  às vezes até em treinar alunos, professores ou servidores nas diversas  formas de lutas de defesa.

 A questão da violência, porém, tem causas que vão muito além dessas medidas. Por mais que tais medidas possam ser necessárias eventualmente, como disse, é necessário ir além, muito além do que oferecer segurança armada, ou medidas semelhantes.

Desejo refletir  com vocês, queridos amigos e queridas amigas , na  compreensão de que toda essa violência esteja ligada à perda  de valores, ou à falta de adoção de valores ,que respondam adequadamente à sociedade  e especialmente  às novas gerações, preparando-as  para viver em harmonia consigo mesmas, e com o mundo, numa sociedade que se transforma, pela complexidade e pela velocidade  dos avanços da Ciência e da Tecnologia.

Vejam, meus queridos, minhas queridas até a química nos ensina ,que na natureza, não existem espaços vazios .Todo espaço vazio é imediatamente ocupado, de alguma forma ,por  alguém ou por alguma coisa,

Ora, quando se perdem valores consolidados, ou quando não se adotam novos valores exigidos  pelas mudanças no processo civilizatório, abrem –se no interior da sociedade e no íntimo das pessoas, especialmente nas  novas gerações, nas crianças, nos adolescentes e nos jovens, imensos espaços vazios, espaços mentais, emocionais, espirituais. 

Esses vazios interiores, na medida em que se espalham na sociedade , além de destruir as pessoas ,destroem as cultura, e ameaçam a civilização. 

Produzem  também formas angustiantes de  revolta, à vezes  trancadas  no interior dos  que  as sofrem, e às vezes transformada em atitudes e  atos de violência, e as estatísticas mostram o crescimento de suicídios especialmente entre os jovens, bem como a revolta contra  a família, ou contra  a comunidade, que frequentemente levam a violentas tragédias.

 É esta violência que também chega às escolas , violência que pode tomar as mais diversas formas. Podem  dar origem ao  isoladamente das pessoas em seus próprios  dramas,  como podem se manifestar nos ataques diretos à comunidade, seja à  família, à escola, como podem  se repetir em qualquer lugar, de forma cada vez mais frequente e cada vez mais  violenta,

Essa violência cresce, à medida que se perdem os valores, e deve fazer  voltar a atenção de todos, da famílias, das escolas, dos governos e, especialmente dos formuladores de teorias psicológicas, pedagógicas e educacionais, de modo que possam ,especialmente as  família e as  escolas, voltar à paz e à tranquilidade, mostrando que é possível acompanhar a educação  em harmonia e amor com esse  mundo ,complexo e em permanente  transformação.

Que  valores, ao menos os mais importantes ,são esses que estão sendo perdidos, abrindo espaço  para a  o crescimento da violência.?

Estou certo que o primeiro e o mais precioso valor que está sendo perdido é a visão transcendental, ou espiritual da vida, isto é, a certeza de que existem valores além das coisas,  do mundo material, valores que dão sentido e rumo para o que somos e para o que fazemos. É importante sim, através de que religião esses  valores se expressam  ou mesmo que não se expressem através de religião alguma, mas é  absolutamente  importante ter a percepção da existência de um mundo ou de um ser transcendental ,além deste mundo material, o mundo cujo  deus é a riqueza, o poder, a realização da vaidade, ou a satisfação no consumo.

No entanto, como foi dito,a natureza nos ensina que  não há espaços vazios .Assim quando se perde a visão transcendental da vida ,o vazio interior é  ocupado pela  ambição dos bens materiais, do poder a qualquer preço, o apego  insaciável a esses bens, ou a tentação de  erigir-se  a si mesmo ou nas coisas em seu  próprio deus,

.É neste  caminho que se  se acaba por perder a auto estima, o sentido da vida, abrindo o vazio que será ocupado pela revolta, a violência , o suicídio, especialmente essa espécie de violência ou de crimes sem qualquer justificativa.

Estou  certo também,  que o outro valor essenciaL que está sendo perdido é a família. Em outros tempos a família era o centro de tudo, do encontro das pessoas, do lazer, da oração, da meditação, da visão das coisas e dos fatos, da transmissão dos valores, do lazer, às vezes do trabalho  e até da aprendizagem que, mesmo ao ser transmitida pela escola ,seguia os valores  predominantes nas famílias, ou na comunidade. 

Assim a família era o centro de tudo e a guardiã dos valores. Hoje a família  não mais é assim 

A Revolução moderna da Ciência e da Tecnologia passou a oferecer todos esses papeis fora da família, e a família foi sendo  esvaziada. Sem atentar para a mudança, ou mesmo atentando, mas sem a orientação sobre como continuar desempenhando esses papeis, funções essenciais e por isto indelegáveis, modernizando algumas ou adotando novos papeis, os pais ficaram, sem o que orientar o que  transferir, ou enfim, como educar  seus filhos. 

Diante do vazio na família, e não sabendo como vencer esse vazio na família, os filhos, ou de modo geral as novas gerações, são induzidos a buscar fora da família , as respostas para suas inquietações, seus anseios, ou suas dificuldades.

O fora da família não diz respeito  apenas  ao mundo externo e todas as atrações que ele oferece, mas se refere ao rompimento com a  família, a perda da comunicação, do amor ,criando o vazio, que se substitui seja pela TV, aliás, cada vez menor, enquando penetram cada vez mais os meios informatizados, o celular, o tablet, as redes, os jogos eletrônicos e crescem os grupos virtuais, para o bem ou para o mal. ASSIM  acaba sendo preenchido o vazio das famílias pelas  novas causas que levam  no desespero, frequentemente   à perda do sentido da vida, e suas consequências, frequentemente trágicas,  

Sem saber o que fazer os pais se refugiam em seu trabalho, ou em seus próprios vícios, imaginando transferir a responsabilidade da educação dos filhos para as escolas, às igrejas, ou a ninguém, e assim  se vai o processo de formação humana, para viver e  conviver consigo mesmo e com a sociedade

Mas a Escola…o que restou da escola? Inicialmente é de se observar que se por ser ela, -a chamada escola pública, uma instituição de Estado, passa ela mesma a julgar-se como o próprio Estado, uma instituição neutra, fazendo uma perfeita confusão entre a formação religiosa e a formação de valores.

Esta é uma confusão tanto da escola como do Estado, incapazes, o Estado e a Escola, de distinguir o que seja educação para a cidadania, o humanismo, ou para a educação moral ou simplesmente educação para valores, como para alguma forma de vivência espiritual, como se a religiosidade não fosse também  um valor.

Ao contrário. Em relação à educação é necessário, também atentar para o tipo de educação escolar, inclusive atentando para às teorias   pedagógicas, psicológicas ou antropológicas, e sua s consequências, que se infiltram nas escolas, às vezes até como ideologia governamental. ´preciso estar atentos se essas teorias correspondem aos  valores, ou à própria à natureza  humana, em especial à natureza da criança e do adolescente em formação, seguramente  não contribuem para dar um rumo   eficaz para a educação. Ao contrário. Contribuem para ampliar  o vazio nas pessoas e na  sociedade.

No que se refere especificamente às escolas comunitárias e tanto mais  às escolas confessionais, no contexto desta cultura do vazio de valores, muitas delas aderem ao mesmo contexto. Embora paralelamente, há as que  permanecem fiéis a seus objetivos e a aos  valores universais, valores que incluem a educação cívica, moral ou confessional e religiosa. Essas  escolas, apesar das outras, buscam e encontram novas formas de se inserir e inserir as novas gerações nesse mundo transformado e em transformação. 

Enfim, já estamos, e a cada dia estaremos mais profundamente. enredados em  novas questões que  podem levar o vazio  para dimensões ainda inimagináveis. Inimagináveis mesmo, quero dizer que hoje ainda somos   incapazes de imaginar. Como será, o que se há de ser ou o que há de se fazer, quais valores sobreviverão. CREIO COM FIRMEZA, QUE é para ESTTE  MUNDO INIMAGINÁVEL que  estamos ainda em  tempo de nos preparar, porque este mundo virá: Esse mundo da inteligência artificial, o mundo da conquista do universo,  o mundo que terá de saber viver sem fronteiras que o discipline,

Queridos amigos, minhas queridas. É para este mundo transformado e em transformação que é necessário encontrar respostas, superando a fase do vazio de valores trazidos pelos avanços da Ciência e da Tecnologia, origem , o vazio, de toda violências que ameaça  não apenas as pessoas as escolas e a sociedade, mas a civilização.

As medidas de defesa através do aumento das forças  de repressão, ou através de apoio ao aparat tecnológico, essas possam ser ,e são, medidas necessárias conjunturalmente. No entanto só o retorno aos valores universais da civilização construirá a sociedade humanizada, participativa e solidaria.

Convido você , meu amigo minha querida amiga para que, na medida de seu espaço e de suas possibilidades ,você se junte aos que se dedicam a construtor esta nova civilização, harmônica, humana, Participativa e Solidária. Reflita. Comente. Compartilhe. 

                                                                                          Grande abraço

Leave a reply

required

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.