Queridos amigos, minhas queridas,

É do poeta e teatrólogo T.S. Eliot as perguntas feitas ainda em pleno século passado:  Onde está a Sabedoria que trocamos pelo conhecimento? e o conhecimento que estamos trocando pela informação”?

Costumo traduzir livremente essas perguntas e completar com a grave, como se já não fossem  suficientemente graves as perguntas de Eliot, com algumas graves reflexões, porque já não  estamos só trocando o conhecimento pela informação...

Estamos trocando a informação pelo dado, pelo quantitativo do celular ou de outra maquininha que pensará por nós, decidirá sobre o que devemos fazer e como devemos fazer ,sobre o que devemos pensar e como pensar, o que está certo e o que está  errado, Pensará...se já não estiver pensando por muitos...

A inteligência artificial, ou qualquer sistema mais sofisticado, decidirá sobre nós, ,a espécie humana ou a  Civilização, ,sobre a ética e a moral, enquanto a espécie humana nós, eu e você, estaremos indo a perder nossa capacidade de pensar, transformados em  servidores, ou escravos da tecnologia, meras peças do sistema global.

No livro que estou preparando, mas que é cedo ainda de adiantar, seja o nome seja o conteúdo, dedico a primeira parte à exposição sobre o que é pensar, pensar com um mínimo de método científico, ou da verdade, pensar como forma de cultivarmos esta nossa capacidade essencial de sermos seres humanos...

Pensar...privilégio que nos distingue de qualquer outra criatura, e estaremos sob o dilema de sermos seres humanos ,ou  sermos simples peça dos sistemas globais, da mídia, do que disseram, ou do que estão postando, ou do que  nos há de responder ou determinar a inteligência artificial, ou qualquer outro mecanismo tecnológico, que ainda esteja por vir.

Decidir sobre tal dilema é o desafio de nossa geração, ameaça que terá repercussões, não só sobre nossos filhos, ou nossos netos, mas há de definir como será o futuro da humanidade...se sobreviver, quero dizer , se  continuaremos sendo uma Civilização, sobrevivendo como espécie humana na plenitude, e não como peça  robotizada dos sistemas e pelos sistemas.

Ou ainda mais grave, meus queridos amigos, minhas queridas, escravos dos sistemas que superaram o dado, o conhecimento, a sabedoria, ocupando o nosso lugar de seres humanos, feitos desde o Criador para pensar, para entender, para exercer o conhecimento, a sabedoria.

Não. Não estou delirando. Já é grande a quantidade de pessoas, que desaprenderam de pensar, ou que estão desaprendendo, seres que se deixaram de pensar, ou trocaram o conhecimento pelo que lhe for dito pela tecnologia, que prevalecerá, ou nos substituirá na nossa maturidade, ou  mais ainda, nas próximas gerações.... 

Sei que alguns dirão, que o que vier a acontecer nas próximas gerações será problema delas, dessas gerações....e há até os que já verbalizaram esta idiotice suprema.

É preciso perceber, queridos amigos minhas queridas amigas, que podemos estar caminhando perigosamente por este rumo ,e é para alertar sobre esta ameaça, aos que tendo em breve o livro  nas mãos, poderão ler e não gostar de que eu tenha   dedicado a primeira parte das três partes em que divido o livro esperado,, porque pensar dói, ensina o poeta português Fernando Pessoa, e dirão. Por que  pensar, se temos conosco a  maquininha que pode pensar...por nós...

E dirão mais :o que tem a ver o conhecimento, o método de conhecer, com o conteúdo sobre a  Sociedade ou a Civilização em que estamos vivendo, ou que nos está sendo imposta e que, cegamente(quero dizer sem necessidade de pensar), estamos  seguindo, desde  os costumes, os modos e as modas, até a ideologia, o crer ou não crer, a fé ou o materialismo, a esquerda ou a direita, fulano ou fulana, este ícone da moda, aquele da direita, este da esquerda, o outro o da mídia ou mestre da  pedagogia, da educação, da moral, da meia moral ou de moral nenhuma...porque aprender eu a pensar se  a máquina pensa por mim??

É isto, meu  querido amigo, minha querida ,que me levou a introduzir a primeira parte do livro com um convite para que o livro desenvolva sua capacidade de pensar, sobre o significado de pensar, sobre como pensar, para que o meu leitor, espero que você, não seja ou não venha   a ser, apenas a peça do sistema global, que por todos pensa...e pensa por nós apenas  peça desse sofisticado  Robô...

Ai de nós, que trocamos a sabedoria pelo conhecimento, trocamos o conhecimento pela informação, e estamos ameaçados de trocar a informação pelo dado extraído do computador, do celular, da última máquina da  tecnologia anunciada pelo  marketing, que tudo faz, que a tudo responde...a inteligência artificial...que fará a nova Civilização a Civilização do futuro....não mais a civilização humana, mas a civilização robotizada, se o robô global necessitar ainda de nós, para servi-lo.

Não, meu amigo, não minha querida amiga, para que a Civilização que virá ,seja uma  Civilização humana, Participativa e Solidaria a quem a máquina, o computador, a inteligência  artificial existam apenas para nos servir, servir a Civilização, servir ao homem que a criou, a  espécie humana continue na plenitude, da vida servindo apenas a si mesmo, somente  à Civilização inclusive  a seu Deus  que a criou, e não aos sistemas globais, que poderão vir para pensar em seu lugar e para transformar-se em seu  deus.

 Meu abraço a você, querido amigo, minha querida amiga.

Osvaldo Della Giustina

One thought on “DA NECESSIDADE DE PENSAR

  1. Georgina Mandarino

    Grande amigo, perdemosconato presencial ha anos, mas nunca me aosrtei dos seus conhecimentos que muito me têm ensinado.
    Avise quando o livro em pauta estivet pronto. Serei a primeira na noite de autógrafos. Grande abraço

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