Queridos amigos, minhas queridas amigas

 

Há dias, como postei em minha rede social, ao ver a tragédia que está se abatendo sobre o Rio Grande do Sul, lembrei tragédia semelhante que, exatamente há cincoenta anos, quase destruiu a cidade de Tubarão, em Santa Catarina, onde então eu morava,em 1974.

Até a tragédia que está acontecendo hoje no Rio Grande do Sul, eu não imaginava que semelhante tragédia eu haveria de tornar a ver. 

Naquela  noite o Rio Tubarão, inundou com absurda violência toda a parte  baixa , mais de 80% da cidade, interrompeu  as rodovias de  acesso e  toda forma de comunicação, destruiu ou carregou dezenas  ou centenas de casas, não se  chegou a contabilizar o número exato de mortos, mas o número constante na lista obtida nos dias da tragédia, contava mais de   190 vítimas fatais, pequena parcela  nos municípios a montante de Tubarão, Pedras Grandes, Orleans e Lauro Muller, também atingidos pela violência  das águas.

 Em Tubarão, à época uma cidade de 70 mil habitantes, nada sobrou das lojas de alimentos ou de qualquer outra espécie de mercadorias, que a avalanche das águas tudo  inundou e destruiu.

Durante duas ou três semanas, a parte da população que não fugiu ou abandonou a cidade, viveu literalmente  da solidariedade,  ou da caridade das  vizinhas cidades, do Estado, do Brasil e do mundo, tal  foi à época  a repercussão da tragédia, quando os desastres naturais não tinham dimensão semelhante, ou ao menos, não eram conhecidos num mundo, onde os meios de comunicação não tinham a dimensão que têm hoje. 

 Hoje,50 anos depois, o Brasil e o mundo tomam conhecimento, talvez pensando como eu, que pensava  não mais ver uma tragédia semelhante a de Tubarão, assiste a tragédia que se abate, não mais sobre uma cidade, mas sobre  mais de uma dezena de cidades, atingindo mais da metade do  Estado do Rio Grande do Sul. 

Não mais questão de uma noite de águas destruindo uma cidade, mas água, água, dilúvio de águas destruindo, dilúvio que não pára de cair dos céus, transbordar de  rios, desalojar e, da mesma forma, matar centenas de pessoas.

Neste momento, tenho certeza, e os meios de Comunicação a confirmam, que a mesma solidariedade, está movendo no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo, milhões de pessoas, o que fará que o Rio Grande do Sul ,com a fé e  afortaleza de seu gente, se reconstruirá, mais belo estado, estado mais rico e laborioso, como se reconstruiu Tubarão ,hoje ,uma das mais belas  cidades do vizinho Estado de Santa Catarina.

Falei das diferenças entre uma e outra tragédia. Mas há uma outra diferença, uma diferença de outra espécie ,que quero registrar e para ela, despertar a atenção, a sua atenção, meu  caríssimo amigo, minha querida amiga.

Tenho pensado nesses tempos, ao lembrar a tragédia de Tubarão, acontecida em 1974,há cincoenta anos, portanto, que aquela tinha sido a primeira tragédia como para  despertar  o mundo sobre a destruição do meio ambiente, tragédia acontecida apenas dois anos depois, da Primeira  Conferência Mundial promovida pela ONU em Stokolmo, na Suécia, para “inspirar e guiar os ´povos do mundo para a preservação e a melhoria do Meio Ambiente” como dizia seu tema, ou seus objetivos, que não eram até então preocupação, ou mesmo conhecimento e consciência do mundo.

Cincoenta e dois anos depois, hoje, apesar da denúncia e do apelo ou, devo dizer, das denúncias e dos apelos, chegamos, ou melhor, estamos vivendo na era da destruição dos recurso naturais do planeta, das aguas, das florestas, das camadas de  ozônio, da tragédia das mudanças climáticas 

Não posso como não pensar, que o que foi mostrado e denunciado ao mundo nas dimensões de então, há cincoenta anos atrás, de outra forma, na dimensão da tragédia que  está devastando o Rio Grande do Sul, está sendo mostrado e denunciado agora “aos povos do mundo” como o fez  também há cincoenta e dois anos , a Conferência de Stokolmo, para” inspirar e guiar os povos do mundo para a preservação e melhoria  do ambiente humano.”

Mas parece que os povos do mundo não aceitaram a inspiração e o apelo, ou não os aceitaram suficientemente a inspiração e o apelo, ou a denúncia  e suas consequências, para guiar o mundo  na preservação e na melhoria do ambiente humano.

E tenho o temor que o resultado está aí, na dimensão da tragédia que se  abate sobre o Rio Grande do Sul.

Tenho o temor, que outras tragédias hão de vir com a mesma  dimensão, ou sendo possível, maior  dimensão, se continuarem os povos do mundo a destruir o meio ambiente, a destruir os recursos naturais do Planeta, suas águas e suas florestas, suas camadas de ozônio na atmosfera com as tragédias das mudanças climáticas ,como  vem destruindo nesses 50 anos, cegos às aspirações e aos  apelos as Conferência de  Stokolmo,ou esquecidos da tragédia de Tubarão

Mas guardo comigo e afirmo, meus queridos amigos e  queridas amigas, afirmo a esperança que o mundo, e no mundo cada  país, e em cada país em suas economias e em cada economia suas empresas, e enfim em cada pessoa no mundo, a consciência, a minha consciência e a tua desperte em definitivo que não há como continuar destruindo, ou deixando que se destruam o mundo, nosso lar e nossa casa ,para que as  tragédias não se repitam e cresçam em dimensão a cada vez  que se  repetirem.

E neste momento a mesma  certeza que possamos agora, ser solidários e participativos para que o Rio Grande se construa no seu território e nas suas centenas e milhares, ou milhões de pessoas, mais belo e mais rico do que já era, belo e rico, antes da tragédia. 

E para que o Planeta, nosso lar e nossa casa ,seja cada mais belo, mais preservado e cada vez mais humana, casa dos homens ou de todos os povos do mundo.

MEU ABRAÇO,ESPECIALMENTE MEU ABRAÇO AOS FRATERNOS IRMÃOS QUE SOFREM,E AOS  QUE PATICIPAM E SÃO SOLIDAÁRIOS,NA RECONSTRUÇÃO DO  RIO GRANDE DO SUL.

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