econo

No vídeo “A Concentração Política“, como um dos instrumento de exclusão das pessoas  e citava como exemplo, no Brasil, o governo federal que açambarca funções que poderiam ficar mais perto das pessoas, nos estados e  municípios.

Verifica-se também que além dessa  centralização vertical, dentro  do próprio Governo a concentração se dá horizontalmente, nas mãos do Executivo, em detrimento dos legislativos e do Judiciário, muito além do que seria aceitável mesmo no regime presidencialista em que vivemos.

Dessa forma, embora a Constituição Federal garanta a independência dos Poderes, como pode ser independente o Judiciário, se é o Executivo que  nomeia os membros da  mais  alta instância da Justiça o Supremo Tribunal Federal, e de outros Tribunais, como do Tribunal de Contas, que é um órgão do Legislativo?

Os acontecimentos recentes  no próprio corpo do Supremo ,que levaram à renuncia de seu Presidente ,e à revisão das penas do mensalão, bem  comprovam essa interferência. Como podem esses organismos manter sua independência e como pode a sociedade confiar em sua autonomia, ou em sua independência??

Não há democracia, como não há República ,como não há participação , quando o poder se concentra desta e de outras formas, à custa da sociedade, ou da independência dos poderes .

A exclusão das pessoas, se torna mais grave, quando a concentração política vem acompanhada da concentração econômica, como tende acontecer sempre.

Em meu livro, Participação e Solidariedade,  faço diversas análises do fenômeno da concentração e da exclusão que dela decorre, valendo-me, ainda de análises feitos em outros livros meus, especialmente A Revolução do Terceiro Milênio(I) ,de 2000,e A Idade do Homem, de 1982,o que mostra que o problema vem de longe e só tem se agravado. Transcrevo:

“Os números da concentração e da exclusão e, portanto, do desequilíbrio que ameaça a sustentabilidade, ou a segurança global, aparecem evidentes em qualquer estatística que mostre o que ocorre no mundo.” E segue:

“Os 20% mais  pobres, que há trinta anos possuíam 2,3% da renda mundial, hoje tem sua participação reduzida para apenas 1,4%.Em compensação, nesse mesmo período a participação dos 20% mais ricos, subiu de 62% da renda mundial, para  82%.”

O Livro refere outros números:

Há 30 anos diz, referindo-se ao Relatório da Unesco de 1999,.a renda  média dos países ricos ultrapassava 100 vezes a dos países mais pobres : U$ 9.000,00  nos Estados Unidos, por ex., contra U$ 70,00 na Tanzânia. Trinta anos depois, a renda média dos Estados Unidos subira para U$25.000,00,enquanto na Tanzânia a renda continuava  nos mesmos  U$ 70.00,ou seja a diferença entre a renda dos mais ricos em relação à renda dos mais pobres que era de 100,passou a ser de mais de  300 .

É por essas  razões que ultrapassa de 2 bilhões o número de pessoas no mundo, um em cada 3 seres humanos, condenados a viver com menos de dois dólares por dia.

Gente, sei que, infelizmente, para  alguns esses números nada significam. Esses não vêm que por traz dos números  existem pessoas, homens, mulheres, crianças, pais e mães, filhos que sofrem 0 mesmo que nós sofreríamos, se estivéssemos na condição em que eles estão.

Esses que não vêm por traz  dos números as pessoas que sofrem são os mesmos, que também não acreditam que a natureza está sendo destruída, que as mudanças climáticas constituem uma ameaça sobre nossas cabeças, ou sobre a geração de nossos filhos. A esses faço um especial convite , com todo amor, para que acordem enquanto é tempo…

No entanto o livro conclui analisando ainda outros dados:

“Se o processo de concentração e exclusão não for revertido, aos  2 bilhões de excluídos de hoje, irão somar-se mais 4 bilhões nos próximos 50 anos, pelo simples crescimento da população . Esses 4 bilhões excluídos  a mais irão nascer na África, nas periferias da Ásia e da América Latina, não nos Estados Unidos, ou na loira Europa do Norte.”

O livro, como os Relatórios da UNESCO, referem-se ainda à concentração da riqueza através da fusão sucessiva das grandes empresas, especialmente em setores estratégicos, como os bancos, as empresas de comunicação, de petróleo e de alta tecnologia em geral, cujos ativos individuais alcançam frequentemente valores superiores ao PIB de mais de 2/3 dos países do mundo, inclusive do Brasil .

Neste contexto da concentração, a riqueza, ou o PIB mundial, está crescendo hoje, menos de 3% ao ano, no Brasil menos  de 1%, enquanto a concentração acumula valores anuais que superam mais que o dobro desse percentual, ou seja, cresce  mais de 6% ao ano, aumentando exponencialmente o fosso que separa os que acumulam, sejam pessoas, povos ou países, dos que são excluídos, sejam igualmente, pessoas, povos ou países os excluídos

É este o processo que se torna cada dia mais insustentável e que  levar a sociedade da concentração e da exclusão em que vivemos, cegamente e sem contestá-la, à alguma forma de ruptura ,se não houver a mudança necessária, uma transformação de dimensão verdadeiramente civilizatória.  Haverá alguma dúvida ?

É com base nisto tudo que a Carta por uma Civilização Participativa e Solidária , depois de  várias referencias à esse mesmo processo ,conclui sobre a sociedade  da concentração e da exclusão:

“Esta dinâmica, concentração e exclusão, vem ocorrendo em processo crescente e chegará brevemente a seu momento crítico de desequilíbrio e, em consequência, à inevitável ruptura. Na verdade, constitui um axioma da natureza, que todo desequilíbrio ao alcançar seu ponto crítico, se torna  insustentável. Porque imaginar que esse axioma universal não se aplica à sociedade dos homens?” .Este o alerta da Carta por uma Civilização Participativa e Solidária.

Seremos nós, a nossa geração, os que nos governam, os que escolhemos para nos governar, e nós governados, seremos nós tão alheios, tão comodistas, ou tão cegos assim, a ponto de não nos deixarmos  tocar pelo sofrimento humano e deixarmos que   os desequilíbrios do processo cheguem a seu ponto crítico, ou seu momento de ruptura?

Existem formas de reverter esse processo? Essa é a pegunta. O que você pensa? O que pensam nossos governantes?. O que pensam os candidatos que aí estão querendo governar o Brasil?  Ou nos governar? Ou eles também não estão nem aí?    Vale  a pena um esforço na busca de contribuir para a reversão desse processo de ruptura que nos ameaça e que todos, políticos, meios de comunicação, marketing, até as universidades, nos escondem, ou simplesmente acham que nada tem a ver com isto?

Retornarei ao tema, e de você querido amigo e amiga, espero seu comentário, concordando, discordando, complementando, pois estou certo que cada um, nas suas circunstâncias e a seu modo, tem algo a contribuir. Acompanhe nossa página  e faça parte de nosso grupo no facebook.

Acesse nosso Grupo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/1411629385762752/

Espero sua contribuição: participacaoesolidariedade@gmail.com

Leave a reply

required

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.