imagesMeus amigos e queridas amigas,

Tenho refletido, ou denunciado, em vídeos anteriores, sobre os males da concentração. Creio ter demonstrado como a concentração, exclui , exclui pessoas, exclui regiões, exclui países, enquanto, a riqueza, quero dizer, o bem estar, a participação das pessoas, das regiões, ou dos países, nas conquistas da humanidade, seja na riqueza ou nos bens produzidos, seja na  educação, na saúde, na moradia, ou no direito comum à cultura e ao lazer, o que significa dizer, nas condições de vida plenamente humanas, se acumulam cada vez mais nas mão de um número cada vez menor.

Infelizmente essa participação fica restrita cada vez mais nas mãos de um número cada vez menor, repito, de pessoas, de regiões e de países.

Meu livro Humanizaçao da Sociedade, A Revolução do Terceiro Milenio, que publiquei no ano 2.000  antecedendo, poranto, e vindo e  a inspirar o  livro Participação e Solidariedade(a que dei o subtítulo do a Revolução do Terceiro  Milênio 2,  mostra que ,10 anos antes 62 % da riqueza produzida no mundo estava nas mãos de 10% da população mais rica, enquanto que os 10% mais pobres possuíam apenas 2%  .No entanto, mais grave do que esse desequilíbrio , é que  10.anos depois, essa disparidade se tornara ainda mas gritante: os 10% mais ricos  aumentaram sua participação para mais de 70 % da riqueza mundial, enquanto que os 10% mais pobres tiveram sua participação reduzida para apenas 1%

Mais GRAVE ainda  se  evidencia essa a tendência, quando se percebe que  o processo de concentração vem ocorrendo mais rapidamente do que  o processo de produção da riqueza. Cálculos aproximados, ESSES QUE OS ECONOMISTAS DE PLANTÃO NÃO  costumam fazer , e os sistemas costumam SONEGAR, mostram que, enquanto o PIB Mundial cresce a menos de 3% ao ano, a velocidade da concentração, se situa em torno, provavelmente acima, de 6% ao ano, e também  o que explica a tendência segundo a qual, quem tem mais tem cada vez mais e quem tem menos tem cada vez menos aumentando a distância entre os mais ricos e os mais pobres, isto é, aumentando o desequilíbrio do processo.

Isto mostra o tamanho do desequilíbrio e, por consequência, da insustentabilidade do modelo de organização social que estamos vivendo . Ou você conhece na  natureza  algum elemento capaz de sustentar desequilíbrios de tal dimensão, que se agrava, no caso, pela velocidade crescente da concentração?

Mostra também, que alguma forma de ruptura desse modelo é inevitável e que é imperioso criar um novo modelo de organização e funcionamento da sociedade. Mostra que criar esse modelo significa perceber e admitir  que estamos passando por uma verdadeira  transição civilizatória desse modelo que se esvai, para uma nova era. Mostra que essa nova era terá de organizar-se de forma diferente  de organização e funcionamento em que ainda vivemos. Mostra ,  enfim, que, a permanecermos neste modelo ultrapassado, crescerá  o caos e será inevitável o advento de alguma forma de ruptura de consequências imprevisíveis.

Enganam-se , pois, os que imaginam, pensam e ensinam ,que as crises que vivemos em tantos ou em todos os setores da vida individual e social, constituem apenas questões passageiras, conjunturais e que serão superadas por medidas conjunturais. Na verdade essas crises são apenas as consequências iniciais desse processo de ruptura, se o processo não for revertido. Mas, para revertê-lo são necessárias  medidas em profundidade, muito além das medidas conjunturais, que costumam estar em debate, ou que são aplicadas. Que  não se esteja percebendo essa dimensão civilizatória das crises,é que me preocupa.

Preocupa-me a ausência  das pessoa e instituições responsáveis  em  perceber esse processo, situar-se nesse debate e buscar soluções para a mudança.  Não me refiro às classes políticas, que, infelizmente não costumam ter tempo, ou competência,  para debruçar-se sobre questões de tal magnitude. Nem tanto às Igrejas, preocupadas no alcance dos fins, sem muita preocupação com  o ordenamento dos meios necessários para alcança-los, a não ser no plano espiritual, meios necessários no plano espiritual, embora devessem inspirar as ações referentes as organizações e procedimentos humanos no plano material

O QUE MEE PREOCUPA efetivamente, é a ausência e a insensibilidade das Universidades, preocupadas não sei bem com o quê ,enquanto centros de desenvolvimento da ciência e do saber como se intitulam e deveriam ser,  e às vezes até são…mas identidade que tantas vezes substituem por distribuir títulos e preparar mão de obra para o mercado (esse mercado agonizante  do modelo atual). Preocupa-me a ausência de intelectuais, de professores, de estudiosos, sobretudo estudiosos das ciências sociais, comentaristas da mídia, formadores da consciência social.(ou serão apenas manipuladores da opinião pública ?).

É neste ponto que se impõe um passo adiante, porque, como dizia Zilda Arns ,”as classe mais ricas frequentemente são muito duras de coração”. Não sei se é só a dureza do coração, ou se é também o comodismo causado pelo privilégio, ou pelo próprio privilégio onde vivem tantos, e talvez estejamos vivendo nós também, que não os deixa se mover na linha de contribuir na construção de uma sociedade desconcentrada , única forma de viabilizar o reequilíbrio da sociedade, ampliando a participação dos que são excluídos, tendo presente que não se trata apenas da exclusão  financeira, como vimos.

É preciso ter consciência que para viabilizar a mudança em sua verdadeira e necessária dimensão, implica rejeitar as teorias, as leis, as políticas e as medidas que levam à concentração. Isto significa uma revolução. Não a revolução armada, mas à revolução das consciências, dos conceitos, das políticas e das medidas dos governos e da sociedade, fonte de todo poder.

A questão da participação está profundamente ligada à questão da solidariedade. Quero iniciar essa segunda parte de nossa reflexão, analisando um exemplo muito atual, muito evidente para quem, além de sentir junto, apiedar-se, expressar sua solidariedade, quer entender a verdadeira questão que está por traz da tragédia a que vou me referir , e portanto, de contribuir no esforço para que tal tragédia não se repita, ou tragédias semelhantes não se sucedam de forma cada vez mais  grave. As que vemos hoje, são sobretudo consequência das formas de concentração do passado, o domínio colônial dos mais poderosos  sobre os mais fracos.  As tragédias que virão, serão consequência das novas formas de colonialismo  que a força da ciência e da tecnologia concentradas permitem.

A tragédia que quero analisar sob esse ângulo, é das migrações em condições degradantes, ou desumanas, de milhares, brevemente somarão milhões de pessoas, da África para os países da União Europeia ,tragédia que se repete no extremo Oriente ,das pessoas também absolutamente excluídas, para os países onde imaginam poder fugir das condições subumanas em que vivem em seus países

O ângulo sob o qual quero analisar essas tragédias, é o da solidariedade, mas a solidariedade  que vai além da virtude da compaixão e que vá além da Justiça,  como no passado a justiça ultrapassou o conceito de simples virtude.

Mas estou me alongando o suficiente . Concluo, mas  espero contar com você, caro amigo, querida amiga, no vídeo que gravarei em seguida com essa análise. Acesse ,compartilhe, convide seus amigos e amigas a nos acompanhar em minha página no Facebook.

 

Grande Abraço

Osvalo Della Giustina

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