O que nos diferencia…

 Meus  amigos, queridas amigas,

Alguns tem me perguntado o que há de diferente em nossa proposta, que inspira nosso Grupo e nossa página no facebook (Por uma Civilização Participativa e Solidária) e nosso Site,( www.participacaoesolidariedade.com.br) cujas postagens aparecem hospedadas também na sessão de blogs da Universidade do Sul de Sta. Catarina(Unisul Hoje).

Quero dizer, inicialmente, que nossa proposta não é uma proposição única e nem constitui um verdade absoluta e final, mas quer ser um ponto de partida, um caminho, uma orientação por onde  os que se  preocupam com a sustentabilidade do mundo, ou com a sociedade enquanto civilização, podem partir para suas análises e proposições em favor  de  um mundo melhor, mais humano ,mais solidário e participativo, um mundo ,portanto, mais sustentável, mais capaz de superar  as crises em agravamento que estamos vivendo, e de  dar  vez às aspirações que estão na mente e no coração de cada um, aspirações minhas, suas, ou do mundo, ainda que nem sempre percebidas como aspirações e fundamentos para uma nova organização social, mais humana, participativa e solidaria, repito.

De minha parte, essas preocupações   geraram muita reflexão ,muito estudo ,muitos debates desde há mais de 50 anos, mais da metade de minha vida.  Devo dizer, que foram as reflexões, os estudos, os debates, aos quais acrescento muitas e diversificadas experiências, que inspiraram  minhas propostas e meus livros desde o primeiro que editei especificamente sobre o tema em 1982 ,sob o título “A Idade do Homem”. Nessa retrospectiva você poderá verificar a origem , a evolução e as correções que aperfeiçoaram nossa proposta, até chegar à síntese exposta  no livro “Participação e Solidariedade.

Nossa proposta, portanto, não é  fruto de um impulso momentâneo, ou um simples produto do achismo ditado por circunstâncias. Podendo ser criticada, posta para ser refletida e completada, especialmente pelos estudiosos, pelas universidades e, lógico, por todos os que se interessam pelo futuro do mundo, pelas próximas gerações e sua sustentabilidade, nossa proposta, repito, espero que seja entendida como uma tese, ou  proposição de caráter estritamente científico, gestada durante mais de 50 anos, com minha participação, mas com a participação de centenas ,talvez milhares de pessoas que direta ou indiretamente a debateram, manifestaram  suas  esperanças, seus anseios ,fizeram suas análises, tiraram suas conclusões. Este percurso,  acredito, lhe dão sustentação e credibilidade.

Isto considerado, quais os postulados, as vigas mestras que a sustentam?

Em primeiro lugar a tese desenvolve uma análise  critica que  conclui da inviabilidade de manter os fundamentos  da atual organização social, que ,gerados, esses fundamentos, no contexto da primeira revolução industrial, A PARTIR DO SÉCULO XVIII, imaginam poder continuar organizando a sociedade da postecnologia, fruto da evolução científica e tecnológica que transformou totalmente o mundo. Essa  insistência em manter os fundamentos  de uma sociedade que se transformou ,na nova sociedade transformada em que estamos vivendo, explica as crises em continuo agravamento no mundo, afetando todos os setores da vida ,não só a economia e a política, mas a ética, a cultura, o psiquismo, ou a vida interior das pessoas, enfim, a totalidade da vida humana. Essa persistência causa uma disritmia entre a velocidade das transformações científicas e tecnológicas e a  imobilidade das instituições sociais, gerando no mundo, na sociedade e nas pessoas ,desequilíbrios de toda ordem ,desequilíbrios que levarão à ruptura da atual ordem social, pois na  natureza nenhum desequilíbrio, ultrapassado seu ponto crítico, é sustentável. Não há de ser diferente na natureza humana , ou social cujas crises, portanto ,não são meramente conjunturais, mas se referem ao próprio desenvolvimento da espécie humana, ou da civilização, e dessa forma deveriam ser vistas  e tratadas .

Os fundamentos objeto da análise crítica se referem, especialmente, à competição e á concentração, que, de forma ilimitada e turbinadas pela força e a velocidade da tecnologia inspiram as teorias e as práticas do capitalismo, como do socialismo em suas formas diversificadas, gerando os desequilíbrios. Esses fundamentos eram, ou foram adequados no tempo das tecnologias simples, do trem de ferro, ou do telefone  com fio, mas são insustentáveis no mundo  da ciência e da tecnologia transformadas e transformadoras em que estamos vivendo.

Se a competição e a concentração turbinadas pelos avanços da ciência e da tecnologia são insustentáveis, se faz necessário identificar e por novos fundamentos para a organização social da sociedade  transformada, fundamentos que eliminem a disritmia e os desequilíbrios  antes que alguma forma da inevitável ruptura aconteça.

Neste sentido a proposta por uma Civilização Participativa e Solidária propõe, como fundamentos  éticos de uma nova organização social sustentável, sintonizada com os avanços da Ciência e da Tecnologia, a Participação e a Solidariedade .Esses fundamentos  constituem a síntese das próprias aspirações  das pessoas e da sociedade que se expressam e crescem em todos os cantos do mundo, esse mundo transformado, constituindo um  nova e verdadeira Massa de Consciência universal em favor da paz, dos direitos humanos, da preservação ambiental, do pluralismo das culturas, das raças, das crenças, das filosofias, pressupostos enfim, da liberdade, e portanto de dignidade humana.

Tais fundamentos, que possuem uma dimensão ética, constituem ,por isto mesmo, fundamentos sólidos e adequados  para a identificação, a inspiração e adoção de  instrumentos práticos para organização  da sociedade e de seu funcionamento sustentável, isto é, sintonizado com as aspirações da massa de consciência e os avanços da ciência e da tecnologia.

Da Participação, constituem instrumentos práticos de organização e funcionamento da sociedade sustentável:

A desconcentração ,instrumento prático da participação, que traz as coisas para perto das pessoas : o poder, a política ,a economia, a cultura, a educação, a saúde ,o conhecimento, a ciência e a tecnologia, enfim tudo o que é parte  da dignidade das pessoas .Trazidas as coisas para perto das pessoas, abrem-se para as pessoas as portas para a participação. Isto não é um sonho. Isto é possível, sim, basta reordenar o emprego da tecnologia, que hoje é utilizada em favor da concentração para  ser utilizada em favor da desconcentração, que viabiliza, como disse ,a  participação.

A cooperação, instrumento prático da solidariedade, na organização e funcionamento da sociedade, cooperação entre, povos, instituições, grupos sociais  e pessoas, substituindo o conflito, a exclusão,  sempre o domínio do mais forte sobre o mais fraco, viabilizando uma sociedade mais justa e mais distributiva, de menos e menores conflitos.

Costumo dizer que a competição, só no decorrer do século passado, levou a humanidade a duas guerras mundiais, com  cem a duzentos milhões de mortos, enquanto que a cooperação, nesses últimos 50 anos século está viabilizando ,entre os mesmos países que originaram as guerras, a União Europeia, cuja maior ameaça é o retorno á competição entre seus integrantes, como demonstram os acontecimentos da Ucrânia, em contraste com a salvação da Grécia e de outros países.

Cito também como evidência  dos frutos, ou da viabilidade da desconcentração, no caso brasileiro, o processo de desenvolvimento do Estado de Sta. Catarina, que se transformou, nos últimos 40 anos, num dos estados do País, de melhor qualidade de vida, de desenvolvimento humano e econômico, superando a condição de Estado menos desenvolvido do sul do país, o que ocorreu a partir da década de 1970, quando adotou o conceito de investimento desconcentrado, cuja maior ameaça, igualmente, é o retorno aos investimentos concentrados e concentradores, que em tantos lugares, em tantos países, e em tantas regiões produziram a exclusão e os desequilíbrios evidenciados pela  sucessão de crises e ameaças de ruptura, que vivemos, ou vemos a cada dia, e que cada um, eu e você, a seu modo, sentimos na carne ou nas incertezas sobre o amanhã.

Tenho consciência que esse mundo diferente , participativo e solidário, conflita um pouco, ou muito, com o que se pratica, se acredita, se ensina nas universidades, ou se escreve em muito betseller inserido no mercado, fazendo a cabeça das pessoa em favor da manutenção da situação atual.  Na verdade, me preocuparia se não conflitasse.

Sei também que não é possível, nesses minutos, expor em detalhes  toda a complexidade, ou simplicidade ,que creio cientificamente fundamentada ,de nossa proposta. Convido a você, meu amigo, minha amiga, se não dispuser de meu livro Participação e Solidariedade, editado pela Editora Unisul,( editora@unisul.br)a acessar nosso Grupo, ou nossa Página no Facebook(por uma Civilização Participativa e Solidária)ou ainda nosso Site (www.participacaoesolidariedade.com.br), de modo especial o vídeo Conteúdo do Livro Participação e Solidariedade, além de outros, à seu critério.

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