Quem entrar NA CASA NORDESTINA NA PRINCIPAL VIA DE COMERCIO DA CIDADE SATÉLITE do Paranoá, em Brasilia, a apenas 20 km.do Ministério da Saúde, encontrará quase tudo o que as pessoas precisam para viver, ou sobreviver, não só no Nordeste, mas em qualquer lugar do Brasil. Caminhando entre suas estantes, raízes, frutas, sementes, folhas, cascas de plantas medicinais , do Cerrado, da Amazônia, da Mata Atlântica, do Nordeste de tudo desse país a quem Deus, ou a natureza, generosamente dotou. Calcula-se, que o Brasil é possuidor de mais de 20% da biodiversidade do Planeta, biodiversidade que serve para tudo.
Mas, para dizer especialmente para o que serve, já há três mil anos o Profeta Ezequiel, no cap.12 de seu livro bíblico ensina:
”As plantas produzirão frutos para alimentar os homens e folhas para curar suas doenças.”
Só o Ministério da Saúde não sabe. Infelizmente também muitas Escolas de Medicina e, por consequência muitos médicos que elas formam, também não sabem, ou mesmo sabendo, nada fazem para aproveitar essa imensa biodiversidade, em favor da saúde do povo brasileiro, além, evidentemente de outros benefícios que elas oferecem. Nada faz o Ministério da Saúde, ou faz muito pouco diante do que poderia, ou deveria fazer, muito pouco também faz a maioria das Escolas de medicina.
Mas bem o sabem, e muito fazem os laboratórios, sobretudo os estrangeiros, e seus fiéis representantes ou intermediários brasileiros ou vindos dos países competentes do mundo, que enriquecem com nossas plantas medicinais enquanto os nossos doentes sofrem, quantos morrem ! por não terem acesso aos remédios que lhe são oferecidos nas farmácias a preços incompatíveis com a generosidade de nossas plantas medicinais cujos princípios ativos foram utilizados. Cientificamente, por pressuposto.
Entrando na Casa Nordestina, entre as prateleiras de tantas ofertas, chego até a estante dos xaropes, dos chás, dos unguentos, dos cremes e pomadas para massagear, para diminuir as dores e, às vezes para curar suas causas, tudo feito pela sabedoria popular de séculos, tudo elaborado a partir das plantas de nossa biodiversidade; de suas folhas como já ensinava o profeta Ezequiel, ou de suas raízes, suas cascas, seus frutos, como nos ensina a sabedoria secular de nosso povo: a arnica, a mangaba, o barbatimão do Cerrado ;o xique-xique, o juazeiro, o mandacaru do Nordeste, a jurubeba, o guaraná, da Amazônia, a mangaba, o poejo da Mata Atlântica, enfim ..dezenas, centenas, milhares de espécies medicinais.
Vou contar 2 história ilustrativas da riqueza de nossa flora medicinal e do desinteresse dos que deveriam ser os maiores interessados por seu aproveitamento.
A Primeira. Meus quase 6 hectares de um sítio EM bRASILIA, metade dele transformado na RPPN Córrego da Aurora-Reserva Particular do Patrimônio Natural, são quase visíveis das janelas do Ministério da Saúde .É personagem dessa história Seu Pedro raizeiro ,que tinha tido sua banca de raízes destruída pela fiscalização competente do Governo, a popular ”rapa”. De sua banca seu Pedro, há 5 ou 6 anos ,tirava o remédio para tratamento de um câncer que o tinha acometido .Ali também, além de oferecer ao público suas plantas, costumava conversar, discutir, explicar, com médicos e alunos estagiários do Hospital Universitário, em cuja frente se localizava a banca.
Após destruir sua fonte de remédios, penalizada, vejam só, a rapa o encaminhou ao Sus, de onde saiu com um caderneta que o habilitaria a iniciar o tratamento quimioterápico – “daqui a três meses”. Tudo poderia ter dado certo para seu Pedro se a morte não estivesse alerta e, esperta ,como diz o poema, não tivesse chegado antes. Três meses de espera- comum prazo fatal de quantos brasileiros!
Pois bem, só no meu pequeno sítio e sua RPPN, Seu Pedro com quem fiz parceria, tinha identificado 123 espécies de plantas medicinais, especificando seu uso, sua serventia, para curar as doenças, as dores do povo. Dessa pesquisa, resultou um catálogo artesanal, cada espécie fotografada, menos as 94 a 119, porque Seu Pedro, meu parceiro, se fora levado pelo câncer, antes de iniciar a quimioterapia do SUS.
O catálogo, como as plantas, a ninguém interessou- Ao Ministério, a quem bastava olhar pela janela…as universidades, para pôr seus laboratórios e seus doutores à serviço do Brasil. Ou do povo.
História nº 2- Quando Reitor da Unitins, a Fundação Universidade do Tocantins, em parceria com tribos indígenas , raizeiros, curandeiros e caboclos, através de um projeto inicialmente apoiado pelo Ministério da Saúde, o que só ocorreu por interferência do Dr.Federico Major, então diretor geral da da UNESCO, foram identificadas mais de 600 espécies de plantas medicinais, isto só na parte pesquisada do Vale do Rio Tocantins.
No entanto, federalizada a Universidade, ao que eu saiba, nem a pesquisa foi concluída. O Ministério da Saúde retirou-se e tudo, como tantas coisas no rasil, acabou em nada…
Enquanto isto, os laboratórios farmacêuticos… estrangeiros, e até raríssimos nacionais por sua conta e risco , vão transformando os princípios ativos em remédios cientificamente aprovados, sua composição, suas fórmulas, seu uso, e devidamente registrados com direito exclusivo de pesquisa e comercialização, remédios e outros produtos farmacêuticos, que geram seus lucros, suas conquistas e o povo…bem…o povo…
-bem ,o povo brasileiro que se lixe nos corredores dos hospitais, nas filas do SUS, na esperança de sobreviver, se a morte não for esperta, e não estiver por perto …como sempre está,, ,nas filas do SUS, nos corredores dos hospitais, e sobretudo na porta das casas do povo, principalmente do povo das periferias, de que tanto gosta para exercer sua função…
Retorno agora à Casa Nordestina, com que iniciei esta reflexão. Ali, como em tantas casas no Brasil, tantos sítios, ou tantas bancas de raizeiros como Seu Pedro, que a “rapa” destrói e leva junto as raízes, feitas, como ensinava o profeta Ezequiel, para curar suas doenças… trocadas por um cartão do SUS, e fica o raizeiro ameaçado com um processo por exercício ilegal da medicina….enquanto Ministério as Saúde cumpre sua função e alerta:
” O Ministério da Saúde adverte que não existem evidências científicas comprovadas de que este alimento previna , trate ou cure doenças.”. É isto
Como `Pilatos no credo’, o Ministério da Saúde-que ironia no nome…poderia ser Ministério da doença, ou da morte, não faria grande diferença…. porque não? prefere o comodismo fiscalizatório de lavar as mãos, do alto de sua torre de marfim da burocracia bem nutrida, desclassificar o produto já na sua origem,´.
Enquanto isto sou repetitivo, sei, os laboratórios e os centros de pesquisa, até nacionais mas sobretudo estrangeiros- como se pode comprovar verificando quem são seus fabricantes como consta das próprias embalagens. Deles a maioria ve, leva nossa plantas, pesquisa, identifica seus princípios ativos que manipulam e provam que são eficazes, embora nem sempre… (coisa que, aliás, o povo em sua sabedoria secular aqui no Brasil já sabia). Provada cientificamente sua eficácia os registrem em seu nome, e o que era nosso passe a ser deles com exclusividade, e chegam nas prateleiras das farmácias, naqueles preços inacessíveis para o povo ,esse povo dos corredores dos hospitais, ou na espera dos remédios que os governos lhes prometem, e às vezes até fornecem, em tempo se, como diz o poema, e repito mais uma vez
a morte não fosse esperta
e não estivesse alerta
como sempre está…como levou seu Pedro, e continuará levando, e continuará levando, enquanto o Ministério da Saúde adverte…
Que falta ao Ministério da Saúde?
O dinheiro que é desviado para tudo e para todos?
Faltam laboratórios?
Mas se não os tem suficientes (ou julgará que é a biodiversidade é que é demais, não precisaria ser tanta…), existem dezenas de laboratórios nas universidades e em outros centros de pesquisa que poderia apoiar…utilizar…tantos como tanta é nossa biodiversidade…nossas plantas medicinais
Ou as Universidades também não se interessam…ou haverá preconceito do Estado contra as que se interessam?
Ou faltam pesquisadores e cientistas? Talvez até faltem. Sim porque muitos dos que há, se exilaram no exterior por não terem aqui incentivos, condições mínimas de trabalho de que necessitam…para produzir. Muitos produzem lá fora e, frequentemente, podemos ver sua competência e sua produção até nas telas da TV…..
Talvez um dia Deus ou a natureza, como preferirem, se arrependa de ter dado ao Brasil tanta riqueza, árvores e plantas para alimentar os homens e curar suas doenças…enquanto os homens…esses que tanto receberam, seus ministérios, seus burocratas…seus interesse confessáveis e inconfessáveis… ou sua incompetência…
Bem, meus amigos, minhas queridas, é isto. Reflita, acesse, comente, compartilhe.
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